
A dois dias do regresso de Fringe, não posso esconder o meu encantamento sobre a série. Por mais paradoxos que tenha arranjado, por mais meloso que seja o amor entre Olivia e Peter, por mais incongruentes que, por vezes, algumas explicações e episódios dedicados a personagens (por exemplo, o de Astrid), Fringe sempre arranjou uma maneira de me fazer feliz, de me deixar contente com aquilo que mostra todos os sábados de manhã, quando me coloco bem quentinho na cama, a ver os novos 45 minutos e passear por entre a ficção científica e todas as infinitas hipóteses de casos estranhos, de explicações científicas, de momentos bizarros.
Numa outra vertente, aparecem-me duas comédias muito diferentes entre si mas igualmente interessantes: 2 Broke Girls e Parks and Recreation.
Note to myself: Não esquecer de pedir ao António Guerra de me trucidar por ainda não ter pegado em Community nem em Justified.
A primeira, acabada de nascer na CBS, é, sem dúvida, um guilty pleasure. O leitor que está atento às minhas palavras poderá concordar comigo quando refiro que 2 Broke Girls promete ser uma versão feminina de Two and a Half Men… só que na comédia das meninas bonitas não temos um puto que, depois de 9 temporadas, já não tem um papel decente e muito menos cómico. E muito embora as histórias que nos são apresentadas em cada episódio sejam recheadas de clichés e de pequenas coisas que nos fazem dizer “Onde raio é que já vi isto?!” eu acabo sempre por voltar a espreitar o novo episódio. E não sendo eu sadomasoquista nem nada do que se pareça, 2 Broke Girls coloca-se numa posição invejada por muitos: colocar, no mesmo espaço, duas raparigas giras que, uma ou outra vez, dizem umas piadas taradas que ajudam a cativar a audiência e, lá pelo meio, tenho um lead-in interessante (aka HIMYM) que as ajuda a crescer e a vingar no horário de segunda.
E se de um lado temos 2 Broke Girls, no extremo oposto temos Parks and Recreation que, fazendo jus ao seu nome, se coloca na frente de todas as comédias e destaca-se como sendo a melhor. A melhor, em todos os sentidos. Personagens com um je ne sais quoi que mantém o espectador interessado desde o primeiro minuto, histórias que o espectador nunca pensaria e que, tendo melhor ou o pior resolução, acabam sempre por satisfazer e, por último, uma Amy Poehler que juntamente com o argumento e a evolução da história concedem a dignificação que acima referi. Simplesmente vejam a série. Não se arrependem.
E, por último mas não menos importante, surge The River que, com uma temporada muito pequena de 8 episódios terminou a sua aventura ontem à noite na ABC. Certamente será cancelada mas não poderei dizer que não foi um produto interessante de se acompanhar. Nunca fui muito fã de terror mas sou acusado de pisar o risco e acabo por me lixar… No entanto, no fim, a sensação é sempre boa e por mais saltos ou gritos que dê, geralmente, fico pouco desiludido com o terror (talvez por ter baixas expectativas). The River podia ter sido mais competente mas, no fim, o saldo é positivo: uma história razoavelmente interessante que nos leva até ao fim do episódio e saber o que realmente se passa ali, personagens que podiam ser melhor construídas mas as que interessam realmente seguram a série e um arco que, por mais cliché que possa parecer, é praticamente impossível não querer saber como tudo acabará.
Das séries que vos falei na edição de hoje, só uma está garantida na próxima Fall Season: 2 Broke Girls. O meu desejo continua a ser o mesmo: renovação de Fringe para uma temporada final de 13 episódios, renovação de Parks para uma temporada de 16 episódios e, embora me custe por causa do cliffhanger, o cancelamento de The River. Estamos muito perto de saber os veredictos. Quem sairá renovado? E cancelado? É só esperar mais uns dias, sentado, e depois aí falaremos melhor. Até lá, especulemos.