Bitaites em Série #8 – Status Quo

Hannibal-still-1São poucas as séries que ando a ver neste momento. Obviamente Game of Thrones, os finais de temporada de Revolution e The Following e comecei a ver Hannibal e Vikings (que entretanto já terminou.

Estou aqui para falar de duas delas, The Following e Hanniball, ambas abordando a temática dos serial killers.

Em The Following, um serial killer, após ter assassinado 14 raparigas, é preso e condenado. Consegue fugir de uma prisão de alta segurança após ter matado metade dos guardas.

Volta a ser apanhado, depois de ter voltado a fazer das suas. É tratado com todas as regalias. Na prisão monta uma rede de assassinos, que cá fora continuam o seu trabalho.

Volta a fugir como se nada fosse, e o FBI, SWAT, US MARSHALS, etc, que em todos os outros filmes e séries não tem contemplações e atiram a matar, desta vez são benevolentes para com este exemplar cidadão e seus seguidores.

Chega-se à conclusão que 99,9% da população dos Estados Unidos está feita com o serial killer. O resto da população que está contra ele chama-se Kevin Bacon.

Ainda não vi o final da 1ª temporada mas posso imaginar o que aí vem…

Hannibal adapta o personagem criado por Thomas Harris, Hannibal Lecter que já tinha dado um Oscar a Anthony Hopkins no cinema e agora surge com a pele do actor dinamarquês Mads Mikkelsen, antigo vilão Bond que para não escapar das características dadas à personagem por Hopkins a interpreta com um glacial toque escandinavo.

Aqui, o psiquiatra/gourmet/serial killer trabalha como psicoterapeuta ao serviço do FBI, que ainda ignora as suas actividades extra-curriculares. Do lado do FBI encontramos Will Graham (já o tínhamos visto no cinema em Manhunter, de Michael Mann e noutra adaptação do mesmo livro, Red Dragon) um especialista em perfis psicológicos, com uma capacidade tão grande para empatizar com aqueles que analisa que quase sente o que eles sentem ao matar. Os dois vão-se cruzar quando Jack Crawford (também conhecido do universo Lecter e desta vez interpretado por Lawrence Fishburne) pede a Lecter para analisar Will devido aos seus pesadelos e à sua empatia com os serial-killers e suas vitimas.

Ainda vou no 4º episódio mas para já conto continuar a ver.

The Following – O culto da obsessão

The Following

The Following foi um dos projectos da FOX da temporada 2013/14 que mais chamou a atenção nos pilotos, sobretudo por ter no seu elenco Kevin Bacon que vinha directamente do cinema e James Purefoy um actor com provas dadas em diversas séries americanas, onde se inclui Rome.

A grande premissa da série baseada num serial killer e um culto à sua volta podia de alguma forma nos levar ao universo de Silêncio dos Inocentes e foi talvez essa expectativa e também o facto de a Fox ter um historial de algum arrojo em séries fora da caixa que talvez tenha despertado tanta curiosidade. A série teve um pequeno percalço que até acabou por ser uma mais valia, o facto de Kevin Bacon não querer estar preso à série o ano todo, o que implicou que a temporada fosse de apenas 15 episódios e a sua estreia colocada em Janeiro. O que não é problema para o canal visto essa estratégia ter funcionado durante longos anos com 24.

Mas o que fez diferente The Following para ter sido um sucesso relativo? Até que ponto uma série deste género consegue passar entre a tão feroz censura critica americana? É isso que vamos tentar perceber nos próximos parágrafos. (com spoillers)

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Codename: Maio

Boa noite e bem-vindos a Maio, o mês em que dezenas de séries acabam. Umas voltam em Outono, e outras despedem-se definitivamente, dando lugar a outras séries. É um ciclo infinito de séries e hoje eu estou cá outra vez para falar de três delas, da pior para a melhor. Vamos a isso, então..

Para começar mal, tenho The Following. Bom, lembram-se do que eu disse na minha crónica anterior sobre esta série? Pois, ela estragou-se. A emoção dos primeiros episódios desapareceu quase totalmente e a série tem andado a definhar e a empatar episódio após episódio. Ainda não vi os episódios finais, mas não vou vê-los a correr. Tenho tempo. Gosto do Kevin Bacon e gosto do tema base da série, mas os últimos episódios vão ser decisivos para eu decidir se espero pela segunda temporada ou se a ponho de lado de vez.

Mas nem tudo é mau, e Go On está aqui para comprovar isso. Os 22 episódios da primeira temporada tiveram um pouco de tudo, com episódios hilariantes e episódios menos engraçados, mas de certa forma, é uma série que vale a pena ser vista. Se precisam de uma comédia leve, engraçada e um pouco nonsense, esta é a escolha ideal. Ainda não se sabe se foi cancelada ou renovada, mas tenho confiança que volte para uma próxima temporada. Bem, se coisas como Two and a Half Men ainda conseguem ser renovadas, porque não há-de Go On conseguir?

E, para acabar em grande, olá Game of Thrones! Esta mega produção da HBO regressou para a sua terceira temporada há pouco mais de um mês e não posso deixar de dizer que regressou em grande. Ver apenas a série é uma coisa, mas para quem também lê os livros, a série torna-se muito maior. A terceira temporada, relativamente ao terceiro livro tem sido muito fiel, com algumas adições que não aborrecem nem chocam. O único defeito que tenho a apontar é o tempo que passamos com cada personagem. É muito pouco, mas compreensível devido ao facto de existirem personagens às dezenas. De qualquer forma, esta temporada tem sido óptima – e as audiências que registam subidas a cada episódio que o digam. É óbvio que, tal como qualquer fã, estou ansioso pelos próximos episódios, esperando que continuem assim e que não desiludam.

Antes de terminar, podia ainda falar de Doctor Who, mas já o fiz nesta crónica assinada por mim e pelo António Guerra, por isso se quiserem saber o que eu tenho achado em relação a este resto de temporada, passem por lá.

E pronto, por hoje é tudo. Agora, uma dica para quem não vê séries porque diz que não tem tempo: organizem o vosso tempo livre! Entre ter aulas e estudar e fazer exercício e ir para a noite e jogar e tudo o que vocês fazem… há sempre umas horas de sobra para ver uma série ou duas. Giram o vosso tempo e entrem no mundo das séries!

Camões Lunático #6 – A pausa do fumador

Dois meses depois, parece que o IP está de volta. E em força. Para celebrar, nada melhor do que fazer uma retrospectiva de tudo aquilo que eu (não) vi nos últimos 60 dias.

Começo por falar de uma paixão que já tenho sem ter sequer começado a ver qualquer episódio – Mr. Selfridge. Não conhecem? Nem eu, mas vou falar-vos daquilo que li aí pela Internet.

Um magnata americano (Mr. Selfridge) abre uma espécie de centro comercial em Londres em 1909 para combater aquele vício de encomendar pelo alfaiate todas as roupas que se quer ou de mandar vir por catálogo como (aparentemente) se fazia na altura.

Ora, a série não é mais nem menos do que sobre a vida de Mr. Selfridge. Segundo Jeremy Piven, o actor que interpreta o papel de Harry Selfridge, o americano era um mulherengo e é certo que isso lhe trouxe muitos problemas ao longo da carreira. A história parece-me meio dull, mas eu tenho um problema qualquer com séries que sejam uma espécie de biografia. Se faz faísca, tenho de a ver. Bem, como ainda tenho os dez episódios ali na fila de espera…daqui a um mês voltamos a falar sobre isto. Pode ser que até lá já tenha tido tempo para começar a ver.

Estes últimos dois meses têm sido um tanto ou quanto atribulados para mim, mas sempre no bom sentido, claro. Comecei o estágio entretanto e isso roubou-me imenso tempo. Há séries (como The Following) com sete episódios em atraso, o que não é lá muito bom sinal.

Agora sim, chegámos à parte em que vocês percebem o título: A pausa do fumador, porque estes dois meses foram uma espécie de pausa de um fumador, que apesar de estar na “pausa”, está a encher os pulmões com qualquer coisa nociva. Bem, deste lado a pausa foi na Internet e encheu-se a cabeça com trabalho.

De qualquer forma, continuo actualizado com Go On, que está a seguir um rumo espectacular. Ainda não consegui ficar farto de nenhum episódio. Provavelmente a duração de 20 minutos de cada um é um dos maiores segredos para continuar agarrado a esta comédia.

Não me posso esquecer de falar sobre Top Gear: a última temporada foi a melhor desde que eu me conheço. O especial de dois episódios….speechless. Foi um especial em África, onde os três mosqueteiros foram à procura da origem do rio Nilo. Como não podia deixar de ser, há sempre um deles que leva um carro ridículo. E, para não variar, foi o Captain Slow que o fez. Mas deixo-vos um conselho: vejam os episódios e riam-se com aquelas figuras tristes (quanto mais não seja que se riam com o facto de os operadores de câmara não conseguirem filmar animais em movimento, mas conseguem planos espectaculares de carros na estrada).

Prometo trazer mais novidades daqui a um mês. A sério. Até lá.

Codename: Divergências

Olá caros leitores. Desde a minha última crónica, estive de férias, mas as séries não pararam de chegar. O que é bom é que um fã de séries (e não alguém que só veja meia dúzia de séries da fall season) tem sempre episódios para ver.

Entre todas as séries que acompanho e que não são novidades nas minhas crónicas, posso dar relevo a Community, que depois de tantos adiamentos finalmente voltou. Dos três episódios que já foram transmitidos, o segundo foi o meu favorito. Muitos podem dizer que Community já não é a mesma coisa, mas se formos por esse caminho, nenhuma série é a mesma passadas duas ou três temporadas. O que interessa é que esta série brilhante está de volta e ainda temos 10 episódios para aproveitar.

Em relação a novidades, comecei a ver The Following sem sequer saber do que se tratava. Tenho a dizer que fiquei muito surpreendido com o que vi e embora os episódios em geral não sejam tão emocionantes como o primeiro foi, continuo a acompanhar avidamente a série. O facto da história se basear nas obras de Edgar Allan Poe só a melhora, uma vez que gosto muito deste autor. Sei que a série ainda tem muito mais para dar e só espero que não se estrague.

Outra das séries que comecei a ver foi Scrubs. Já andava há uns tempos a pensar se devia ver a série e se valia a pena, e esta crónica acabou com as minhas dúvidas. E valeu a pena? – perguntam vocês. Absolutamente, sem qualquer dúvida. Ainda só vi a primeira temporada, mas para já adorei o que vi. É divertida, é imprevisível e às vezes não faz sentido nenhum – e isto faz de Scrubs uma série espectacular. Sei que tendo visto apenas uma temporada, ainda não posso fazer grandes juízos de valor sobre a série, mas posso facilmente aconselhar a série a todos os amantes da comédia.

E agora, em forma de despedida, despeço-me de vocês e da série Primeval: New World, que foi cancelada logo após ser transmitido o último episódio da primeira temporada. A história que a série tinha vindo a construir nos últimos episódios estava muito bom, usando a mitologia da série original, mas sem a destruir ou contradizer. Depois dos dois episódios finais que teve, foi mesmo uma pena que a série tenha sido cancelada, pois sinto que a parte emocionante estava prestes a começar. Infelizmente, nem tudo corre como nós queremos e não há (muitos) milagres no mundo da televisão, por isso é preciso seguir em frente e esperar que os britânicos preparem uma sexta temporada da série original.

Voltamos a ver-nos na próxima crónica, então. Até lá!

Camões Lunático #5 – Elas começam, acabam e…recomeçam

Mais uma vez, sejam bem vindos a este espaço. Desta vez, mas só desta vez, gostava de tornar este espaço um pouco mais pessoal. O que é que eu quero dizer com isto? Simples. Sou responsável (e responsabilizado) pelas palavras que vão ler já já a seguir.

Arrested Development

Primeiro, falar-vos sobre Arrested Development, como ficou acordado no texto que escrevi para esta casa no mês passado. Já vi os 51 episódios com que a Fox nos presenteou entre 2003 e 2006. Esta série está em quinto lugar no Top do IMDB, portanto não precisa de grandes introduções. Seja como for, segue um breve resumo: cada episódio é o seguimento do episódio anterior e neles é contada a história de uma família que já teve tudo, mas que tudo perdeu (tal como o narrador diz no início de quase todos os episódios). Sim, um narrador. Esta série prima por ter um narrador que nos acompanha ao longo de cada episódio e que vai fazendo intervenções entre as falas das personagens. A família Bluth é mais uma “típica” família americana que faz de tudo, mas tudo!, o que consegue para fugir à justiça americana e voltar a viver uma vida desonesta (mas bem recheada). Ora, o argumento não é dos mais interessantes que podemos encontrar no grande mercado de Hollywood, mas é bom o suficiente para nos manter agarrados ao sofá a prestar atenção a cada episódio e a querer saber como raio é que eles vão sair da alhada em que estão metidos. Uma comédia que recomendo que vejam pela qualidade (e facilidade) com que é feita. Não vão ouvir piadas forçadas – a não ser que o objetivo seja que as encontrem. De referir que a série vai ter continuidade ainda este ano: o canal Netflix decidiu que valia a pena voltar reunir todos os atores e criar uma nova temporada. Uma boa aposta, espero eu.

The Following

Em segundo lugar, falo-vos de The Following. Ainda não tinha tido tempo para começar a ver esta série, que estreou no final do mês passado. Posso dizer que é mais uma série em que há alguém a ajudar as autoridades a resolver um caso, que se multiplica em muitos outros. Mas este alguém é o Kevin Bacon, e este tipo sabe bem o que faz. A forma como o criminoso principal entra na cabeça dele é espetacular e todos os episódios têm referência a Edgar Allan Poe – se não sabem quem é (ou foi, porque já morreu há mais de 150 anos) procurem. Ele é mais conhecido pelo macabro que metia nas histórias, coisas realmente horripilantes, mas espetaculares (de um ponto de vista que nem todos têm). Voltando à série: The Following não é das séries mais brilhantes que andam por aí, mas é “agradável” o suficiente para que perca 40 minutos por semana a ver cada novo episódio.

The Hour

Agora, aquilo que mais me chateou nas últimas semanas: The Hour foi cancelada. Já tive oportunidade de vos falar desta série sobre jornalismo na última crónica de 2012 e, da forma como o fiz, dava para entender o entusiasmo que eu sentia e a ansiedade que tinha para que nos chegassem os novos episódios. Então não é que no passado dia 12 de Fevereiro a BBC se lembra de anunciar que não vai dar continuidade à história? Pouca audiência, dizem eles. Mas, mas…mas a série está tão boa! O argumento é dos melhores que já vi até hoje e a realização dos episódios está feita de uma forma tão espetacular…! Não faz sentido. Podiam apostar n(um)a (maior) divulgação de The Hour e era garantido que resolviam os problemas de audiência que sentiam. Fiquei super desiludido com esta decisão. Ainda para mais quando, no último episódio da segunda temporada, a história acaba com um dos personagens principais à beira da morte, depois de divulgar um escândalo que envolve inúmeras personalidades da vida britânica, e que sussurra qualquer coisa a uma colega. Ficamos sem saber o que raio foi que ele disse e se morreu ou não. A BBC nem se deu ao trabalho de fazer um final provisório. Não. Acharam por bem acabar com a série com o fim em branco.

Uma coisa é certa: tão cedo não volto a confiar na BBC como antes. Acho que prefiro esperar que façam uma série completa e só depois ver se vale alguma coisa. Só me resta acompanhar Top Gear e esperar que também esta não seja cancelada. E esperar que façam com The Hour o mesmo que aconteceu com Arrested Development: recomeçar.