Quando me perguntam “Pedro, que séries é que andas a ver agora?” esqueço-me sempre de alguma. Não é por serem muitas, até porque não tenho tempo para isso, mas simplesmente porque tento escolher as melhores. Mas escolher uma delas não é fácil. Ainda para mais para alguém como os leitores deste blogue, maioritariamente pessoal que agora está nas férias escolares. Se é para começarem a ver uma série de início, acho que só me lembro de uma hipótese.
Já falei antes de Suits, mas nunca é demais relembrar o potencial desta série. Mais do que da série, realçar o potencial do jovem Patrick J. Adams.
Começo pelo actor: um miúdo de 31 anos que nunca teve grandes papéis na curta vida de actor: um papelinho em Lost, outro em Flashforward e uma apariçãozita em Lie to Me, entre outras, claro. Mas Suits está a abrir-lhe os horizontes.
O Patrick começou como a personagem principal da série, uma história assim meio inventada às três pancadas, onde um tipo a fugir da polícia com uma mochila cheia de droga às costas acaba dentro de um escritório de advogados numa entrevista de emprego, para a qual é aceite. Não era um papel muito exigente, mas começou a sê-lo a partir do momento em que nós, os seguidores da série, começámos a perceber que ele era o ponto central da série.
Depois de duas temporadas, Suits regressou este verão para uma terceira temporada bastante diferente. O miúdo que Suits deu à luz em 2011 está a tornar-se num homem, mais maduro, e com cada vez mais capacidades para aquilo que faz: representar.
Neste momento, a série já não é tanto sobre o Patrick (ou melhor, o Mike Ross), mas mais sobre a relação dele com o tipo que o meteu lá dentro, mesmo sabendo que nem o curso chegou a tirar. Mas não é por isso que deixou de ser boa. Aliás, a série está a aquecer, ao contrário do que costuma acontecer com as séries a partir da segunda temporada.
Pode não ser a melhor série que anda por aí, mas é uma daquelas séries que me deixam agarrado ao sofá, sem choros, sem dramas e sem invenções. Vai fazer-vos pensar e mostrar que são inteligentes, porque nem todas as séries de advogados (como aquela tristeza de Law & Order – com todo o mérito que tem) são feitas para resolver crimezitos de segunda. Algumas conseguem ser interessantes.
Estão vocês a pensar “porquê substituir as minhas horas a torrar ao sol para estar à frente de um computador?”. Ninguém quer isso. Aliás, torrem, que assim é forma de absorverem parte dos raios solares que eu não posso apanhar.