O sexto “Zapping Crítico” vai dedicar-se ao comentário de três belas novidades a nível de produções televisivas, cujas tramas se desenrolam não só em épocas históricas completamente diferentes como em locais absolutamente distintos – mesmo em mundos diversos, num dos casos! Curiosos? Eu também estaria!
(Naturalmente, o texto contém SPOILERS para aqueles que não se encontram o mais actualizados possível com a exibição original, a dos EUA, das séries que serão retratadas)
Lembram-se de eu vos ter apresentado um trailer da minissérie “Mildred Pierce”, no meu primeiro post no Imagens Projectadas? Pois bem, o que na altura se resumia a algumas considerações minhas baseadas somente em elevadas expectativas e na confiança no talento de Kate Winslet, ficou finalmente comprovado, com a chegada dos seis belos episódios aos ecrãs de todo o mundo. Começamos por conhecer Mildred, uma mulher agarrada à estabilidade financeira que o marido adúltero lhe proporciona, com duas filhas e uma bonita casa nos subúrbios. O negócio imobiliário da família, à semelhança do que aconteceu com várias outras empresas após o crash da bolsa americana de finais dos anos 20, cai na falência e, com ele, a união de Mildred com o marido, Bert. A protagonista vê-se então obrigada a procurar trabalho, de forma a sustentar duas filhas habituadas a alguma abundância. Após algumas tentativas frustradas, Mildred, algo hesitante e de forma constrangedora, consegue um trabalho como empregada de mesa, decidindo manter segredo das duas filhas. É aqui que começamos a perceber realmente quem é esta mulher e de que material é feito. Mildred é ambiciosa, Mildred acha que é especial (talvez como toda a gente) e vê este mesmo brilho quando olha para as suas duas filhas. Quer o melhor para elas e fomenta-o, sem saber que está a alimentar um monstro sob o seu próprio tecto.