Agora sim: Adeus, Sopranos.

Na minha anterior crónica, como parte da rubrica “Séries para o Verão” (nomeada para os TCN Blog Awards), escrevi sobre as séries que me propus ver: Sopranos e Seinfeld. Acontece que desde então, do mês de agosto, vi apenas uma delas, Sopranos, que terminei a semana passada. Há tanta coisa que se pode dizer de Sopranos e mesmo assim penso que não é o suficiente para descrever uma das melhores séries televisivas de todos os tempos.

sopranos

The Sopranos que esteve no ar entre 1999 e 2007, segue a vida de um chefe da Máfia, Tony Soprano enquanto ele lida com problemas na sua vida pessoal e profissional. James Gandolfini (que faleceu no passado mês de junho), interpreta o chefe da máfia italiana enraisada em Nova Jersey, nos EUA. Tony é uma personagem muito complexa, com um grande conflito interior que se divide entre ser um bom homem de família e a sua reputação e responsabilidades de ser um chefe da máfia. Tony é duro, sem escrúpulos e exigente, mas é também um homem tradicional, que quer garantir uma boa vida à sua mulher e aos seus filhos.

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Alfabeto das Séries: B

Mais um post, mais uma letra, desta vez o B. Nesta rubrica baptizada de Alfabeto das Séries, procuro aprender um pouco mais sobre séries que não conheço e dar a conhecer novas séries aos leitores do Imagens Projectadas. Vamos então a isso e espero que gostem!

  • Breaking Bad, (2008–2013), AMC, Terminada.

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Breaking Bad sempre foi uma óptima série, mas quando estava a caminhar para o fim, a sua popularidade aumentou de uma forma estrondosa. Mas mereceu toda a atenção que recebeu. Quem a conhece, sabe de que obra de arte é que estou a falar; quem não a conhece provavelmente viveu debaixo de uma rocha nos últimos anos. E para essas pessoas, posso dizer que a série introduz-nos um professor de Química diagnosticado com cancro do pulmão e que acaba por começar a produzir metanfetaminas com um antigo aluno de forma a deixar dinheiro para a sua família. Só que a série é muito mais do que isso. É a viagem de uma vida.

Classificação:
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  • Big Bang Theory, The, (2007– ), CBS, Em exibição.

big bang theory

The Big Bang Theory é uma comédia bastante popular da CBS. Quando a série estreou, apresentou-nos dois físicos brilhantes e como a sua vida social (que era constrangedoramente inexistente) mudou quando uma rapariga gira se mudou para o apartamento em frente. Actualmente, tenho a impressão que é uma série sobre um grupo de pessoas minimamente suportáveis que lidam com um indivíduo com óbvios problemas mentais. Mesmo que já não simpatize tanto com o fan favorite Sheldon, continuo a ver a série porque é engraçada e serve o seu propósito de fazer rir, mas não é nada de especial, quando comparada a outras comédias.

Classificação:
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A sério … o que ver e não ver na fall season

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Bem vindos de volta nesta fall season onde tudo parece bonito mas na realidade não é. Esta vai ser a minha nova rubrica aqui no blog com um nome originalíssimo de ‘A Sério…’ seguirá o esquema habitual de dizer mal de tudo portanto podemos passar ao que interessa. Este ano tal como os últimos não prometia realmente nada de extraordinário e com a crescente força que tem ganho o cabo os investimentos nas redes principais de televisão americana tendem a procurar pequenos confortos, reciclar ideias, agarrar grandes caras e tudo o mais que lhe possa garantir a tão almejada fatia dos 18-49 para fazer entrar o dinheiro. Há algumas séries que vale a pena espreitar outras nem tanto, o cabo como sempre tende a ser mais comedido nesta altura do ano optando por usar outros períodos para lançar grandes trunfos, mas mesmo assim é a habitual lufada de ar fresco.

A Fox foi o canal que menos séries lançou este ano pelo menos até ao momento e o destaque como é óbvio vai para Sleepy Hollow. A série começou bem, apresentou uma história fantástica e tirando alguma narrativa mais incoerente rapidamente se fixou como um dos sucesso da temporada vendo a sua renovação ao fim de três episódios. O facto de estar pensada para somente 13 episódios ajudou a consolidar o caminho e portanto não é definitivamente uma série a perder de vista, sobretudo para quem gosta do sobrenatural. Por outro lado Dads teve um dos piores pilotos que vi este ano, cheio de frases feitas, clichés familiares cheios de más vibrações, o uso abusivo de piadas racistas e ofensivas. Tudo o que de mau se pode esperar de uma comédia familiar. Brooklyn 9-9 foi uma pequena surpresa mas apesar de ter mantido um nível cómico aceitável ainda está a construir o seu caminho e acredito que vá melhorar.

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Séries Para o Verão, por Joana Aleixo

Chegando o Verão, mais propriamente as férias, chega também a altura de tomar algumas decisões. Considerando a falta das séries habituais que se vai seguindo durante a temporada de outono/inverno, é nesta época (ou nas férias de Natal) que me aventuro a ver séries de enfiada. Pois é, este verão decidi ver não só uma mas duas séries: “The Sopranos” e “Seinfeld”. Ora bem, são duas séries bem conhecidas do público, toda a gente já ouviu falar, pelo menos. A começar por mim: de Sopranos só vi um episódio (o primeiro, de que gostei) e de Seinfeld já vi muitos episódios que apanhei no zapping mas nunca vi a série do princípio ao fim. Tendo gostado do que vi e juntando útil (tempo) ao agradável, quero ver mais. Sim, eu sei que, enquanto espectadora de TV, é uma vergonha eu nunca ter visto estas séries de que se tanto falou e que continuam a influenciar nos dias de hoje. Mas nunca é tarde demais quando se quer experimentar algo de novo. Por isso, vou abraçar este desafio tanto que me seja possível. Optei por um período experimental: duas temporadas de cada série a ver se a coisa pega. Desejem-me sorte.

Orange is the New Black

Aproveito este espaço para também recomendar umas coisinhas. Neste caso é só uma. “Orange is the New Black” é uma série, uma dramedy, produzida pela Netflix e tem feito sensação na Internet. São 13 episódios cheios de lições de vida e manhas fantásticas, histórias de personagens muito interessantes que se encontram numa prisão. É uma série que quebra estereótipos e clichés típicos das prisões. Mostra humanidade e sentido de humor, mostra dor e frustação. Mostra que a vida não é um mar de rosas, mas que é possivel encontrar força, esperança, lealdade e companheirismo. A escrita é muito boa e as performances do vasto elenco também. Vejam, não se vão arrepender.

Series-Gazing XXII: As Coisas Boas do Verão!

A temporada 2012/2013 há muito que terminou e eu sinto-me algo aliviado porque a carga “serial” que tinha era bastante e, quando vem o Verão, parece que uma brisa fresca se abate sobre o meu computador e ele, de súbito fica mais leve e carinhoso para mim (e, frise-se, bem mais rápido). 

Se o leitor bem conhece esta época, estão aí a chegar os guilty-pleasures que nos fazem felizes e contentes numa época já de si, de imensa alegria para quem está de férias e de alguma ânsia e expectativa para quem as vai gozar. E o sinal de que a Summer Season começou é quando “True Blood” começa… Não, estou a brincar. Obivamente que não é quando esta coisa a que dizem chamar série começa… É ali na transição do 31 de Maio para o 1 de Junho. Voltamos a ser as crianças que, nos idos anos da nossa adolescência, nos ríamos com os programas de entretenimento fácil e descomprometido (vulgo, desenhos animados) para crescermos a pouco e pouco e sermos uns homens e umas mulheres de armas prontos a enfrentar mais uma abertura de barragens e a consequente leva de séries prontas a estrear na rentrée.

Covert Affairs

Para este Verão não tenho muito reservado. Assim ao primeiro pensamento salta-me “Covert Affairs”, “Suits”, “Breaking Bad” e o meu tão adorado “Big Brother”. Depois, é recuperar as temporadas que entretanto ficaram para trás como por exemplo, “Chosen”, a T4 de “The Good Wife”, as duas temporadas finais de “Dexter”, “Vikings”, “The Americans” e mais uma ou outra que agora não vos consigo falar. E não, “True Blood”, não parece fazer parte deste rol de séries e muito menos “White Collar”. A primeira porque já perdeu toda a graça e os episódios mais parecem um show de tensão sexual do qual me fartei e enjoei. E a segunda porque desde que resolveu a sua mitologia e o que veio depois não foi tão forte assim, acabou por me fartar e deixá-la de parte. Ah, e ainda não me esqueci de “Royal Pains” que, mal ou bem, acaba sempre por me deixar curioso e acabo sempre por voltar aos Hamptons para mais um Verão de casos médicos… e tenho a benece de que esta temporada 5 (e a que vem depois) são curtinhas.

Recuperar o fôlego e despreocupação são as palavras de ordem para este Verão, pelos menos para os adictos em televisão que ainda não ultrapassaram o trauma do “Red Wedding” e estão a salivar para que a próxima Primavera venha. Perguntam-me muitas vezes porque é que eu gosto de ver séries ou mesmo até porque vejo tantas… Tanto tempo depois parece que ainda não tenho resposta para esta pergunta, porque viver a vida dos outros, pelo menos aquela que vemos, parece bem mais correcto do que vivermos a vida do nosso visinho do lado e em vez de nos preocuparmos com os defeitos dele, arranjamos sempre maneira de nos identificar com a história que estamos a viver e apesar de tudo um pouco irreal (porque é o que acaba por ser), arranjamos sempre maneira de retirar o sumo daquela história e a mensagem que os argumentistas procuram dar-nos e revolucionar um pouco da nossa vida, mais não seja, um segundo do nosso dia, todos os dias.

Enlightened – Gestão da (in)felicidade

Everybody, rock your body right, Imagens Projectadas back, alright! (Imaginem dizer isto ao som dos Backstreet Boys, acompanhada de uma coreografia mega produzida. Fizeram-no? Boa.) O blog está de volta em grande força e eu tenho a felicidade de colaborar nele. Confesso que já tinha algumas saudades.

Lembram-se quando escrevi sobre as séries que pretendia visualizar este ano? Direi que a minha promessa tem sido um tiro um pouco ao lado. Até à data só vi Veronica Mars e Pushing Daisies. Este é o veredito: nem consegui acabar a 1ºtemporada de Pushing Daisies.  Demasiado doce para mim, não consegui gostar, apesar de compreender o porquê de ser uma série de “culto”, apreciada pelo público em geral. Simplesmente não houve injeção de insulina que resolvesse o problema. Até no que diz respeito a outras séries mais recentes, ainda no ar, estou bastante atrasada, como é o caso de The Good Wife e Castle. Mas esta crónica não é, incrivelmente!, sobre esse tema. Não, ainda não desisti da minha “dieta”, continuo a querer ver West Wing, The Killing, Justified, só preciso de um empurrãozinho e de algum tempo para dedicar-me a 100% a esta atividade (olá, mestrado!). Ok não contem a ninguém, mas nos intervalos comecei a ver The Big C e ainda revi Sete Palmos da Terra – simplesmente fantástica. Isto das séries é um bocado como os livros: apesar de termos sempre já muitos para ler, comprar um ou dois novos não magoa. Séries e Livros nunca são demais.

Ora então o que me traz aqui hoje é Enlightened. Uma série que prova que qualidade não é de todo sinónimo de quantidade e que é possível em apenas duas temporadas construir uma história magnífica. A série segue a hitória de Amy Jellicoe, interpretada por Laura Dern, que é uma ex-executiva de 40 anos que tenta regressar à sua vida normal após a reabilitação, fruto de um esgotamento nervoso. Após o seu despertar filosófico,  esta mulher apresenta-se com uma nova atitude mais positiva (“iluminada”) e com novos hábitos como a meditação.  Amy é uma nova mulher focada no poder da auto-ajuda, quer ser uma “agente de mudança” no mundo. Contudo, nada é um mar de rosas. Ela não consegue convencer os ex-colegas de trabalho e familiares como a sua mãe e ex-marido de que realmente mudou. É novamente  contratada na firma onde trabalhava embora noutro departamento, a processar dados. No fundo da pirâmide hierárquica, Amy começa a perceber que a Abaddon Industries está envolvida em maroscas corruptas. E é aqui a verdadeira aventura começa. 

Os criadores (e atores) da série, Mike White e Laura Dern, fizeram um excelente trabalho,  a começar pela personagem central, Amy, que deixa o espetador intrigado desde o primeiro minuto. Quem é esta louca? É que não há melhor palavra para descrever Amy, na verdade. Num momento, é uma mulher reprimida, raivosa, egocêntrica, noutro atua como se vivesse num autêntico conto de fadas, otimista, maravilhada. Apesar das suas boas intenções, não conseguimos deixar-nos de sentir desconfortáveis. A mutabilidade entre as facetas e disposições de Amy, carregada de um enorme cinismo, é deliciosa de se ver.  Estamos aqui perante uma personagem feminina tão caricata, tão imperfeita. Amy Jellicoe permite ao espetador ter uma luta constante consigo próprio: gosto ou não dela? Está certa ou está errada? Amy está longe de ser uma personagem dita normal, vive à margem da sociedade, com atitudes politica e eticamenta incorretas, está “arruinada”, seguindo a mesma linha de personagens como Walter White, Nancy Botwin, Carrie Mathison, Gregory House.  A série também explora os “demónios” das pessoas mais próximas de Amy –  a mãe, o ex-marido, o colega de trabalho – em quem alguns episódios são centrados, permitindo ao espetador conhecer outro ponto de vista das relações destas personagens com Amy.  Nesta nova fase da sua vida, ela pretende mudar também  a vida dos outros, num sentido quase filantrópico, procurando desse modo validar a sua própria mudança.

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“Enlightened” teve uma vida curta, devido à suas baixas audiências. A segunda season finale, com todas as possibilidades que ainda poderiam ser exploradas numa hipotética terceira temporada, acaba por ser uma series finale.  Embora algo previsível (a narrativa da segunda temporada vai levantando um pouco o véu para o derradeiro momento), esta series finale não consegue deixar de ser impressionante. É um desfecho perfeito, a não perder.

Recomendo vivamente a série. Faz-nos reflectir, rir, chorar e, acima de tudo, consegue alimentar-nos de esperança, procurando que cada um de nós seja, à sua maneira também, um agente de mudança validando a nossa existência.

Codename: Maio

Boa noite e bem-vindos a Maio, o mês em que dezenas de séries acabam. Umas voltam em Outono, e outras despedem-se definitivamente, dando lugar a outras séries. É um ciclo infinito de séries e hoje eu estou cá outra vez para falar de três delas, da pior para a melhor. Vamos a isso, então..

Para começar mal, tenho The Following. Bom, lembram-se do que eu disse na minha crónica anterior sobre esta série? Pois, ela estragou-se. A emoção dos primeiros episódios desapareceu quase totalmente e a série tem andado a definhar e a empatar episódio após episódio. Ainda não vi os episódios finais, mas não vou vê-los a correr. Tenho tempo. Gosto do Kevin Bacon e gosto do tema base da série, mas os últimos episódios vão ser decisivos para eu decidir se espero pela segunda temporada ou se a ponho de lado de vez.

Mas nem tudo é mau, e Go On está aqui para comprovar isso. Os 22 episódios da primeira temporada tiveram um pouco de tudo, com episódios hilariantes e episódios menos engraçados, mas de certa forma, é uma série que vale a pena ser vista. Se precisam de uma comédia leve, engraçada e um pouco nonsense, esta é a escolha ideal. Ainda não se sabe se foi cancelada ou renovada, mas tenho confiança que volte para uma próxima temporada. Bem, se coisas como Two and a Half Men ainda conseguem ser renovadas, porque não há-de Go On conseguir?

E, para acabar em grande, olá Game of Thrones! Esta mega produção da HBO regressou para a sua terceira temporada há pouco mais de um mês e não posso deixar de dizer que regressou em grande. Ver apenas a série é uma coisa, mas para quem também lê os livros, a série torna-se muito maior. A terceira temporada, relativamente ao terceiro livro tem sido muito fiel, com algumas adições que não aborrecem nem chocam. O único defeito que tenho a apontar é o tempo que passamos com cada personagem. É muito pouco, mas compreensível devido ao facto de existirem personagens às dezenas. De qualquer forma, esta temporada tem sido óptima – e as audiências que registam subidas a cada episódio que o digam. É óbvio que, tal como qualquer fã, estou ansioso pelos próximos episódios, esperando que continuem assim e que não desiludam.

Antes de terminar, podia ainda falar de Doctor Who, mas já o fiz nesta crónica assinada por mim e pelo António Guerra, por isso se quiserem saber o que eu tenho achado em relação a este resto de temporada, passem por lá.

E pronto, por hoje é tudo. Agora, uma dica para quem não vê séries porque diz que não tem tempo: organizem o vosso tempo livre! Entre ter aulas e estudar e fazer exercício e ir para a noite e jogar e tudo o que vocês fazem… há sempre umas horas de sobra para ver uma série ou duas. Giram o vosso tempo e entrem no mundo das séries!

Series-Gazing XXI: Uma Guerra pelo Trono do Tempo

O tempo é um problema que tem vindo a crescer tal como um fungo. A expressão “não tenho tempo para…” é muito usada por nós para mostrar o nosso desespero por querer fazer algo e não conseguir, e, dada a constante e cada vez maior exigência desta nossa vida, esta desculpa é cada vez mais frequente. Se dantes via uma mão cheia de séries semanais, agora reduzo-me a uma ou duas… E a desculpa que tenho? A mesma com que iniciei este mesmo texto.

O caro leitor bem sabe da minha paixão por “Fringe”. É claro que, depois de 5 anos com a série, dificilmente se esquecerá todos os pequenos pormenores com os quais nos maravilhámos ao longo dos 100 episódios. No entanto, actualmente, há uma outra série que se sobressai não só pelos cenários e pelos belíssimos efeitos especiais como pelas personagens que, apesar de estarem sempre em perigo de desaparecerem na cena seguinte, têm aquele toque humano que nos faz apegar tanto à sua personalidade como à sua história. Falo de “Game of Thrones”.

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A transpoisção de uma das maiores sagas literárias para a televisão tem dado grandes alegrias não só aos fãs como ao canal que a exibe, a HBO. No lado dos fãs, a intensidade com que a história é contada leva a diversos comentários no facebook ou mesmo até críticas completas nos mais diversos sites e blogues cujo tema base são as séries e, por outro, temos o canal a alegrar-se por a série continuar a dar excelentes resultados. Em jeito de curiosidade, foi no passado domingo que a série registou o máximo de toda a série: 2.6 de rating e 4.87 milhões de espectadores. E só vejo estes valores subirem no decorrer dos próximos episódios. Ou, senão, na próxima temporada.

No outro dia perguntavam-me a razão de toda a gente ficar doida quando começa o genérico de “Game of Thrones”. Sendo eu uma dessas pessoas [que fica meio louco quando a música e o genérico começam a dar] respondi que a melodia aliada aos locais que visitaremos no episódio, deixam-me com aquela água na boca de ver o que vai acontecer e imaginar todo o plot daí para a frente. Apesar de a série ainda pecar por nos querer dar uma mão cheia de histórias em pouco mais de 50 minutos, tal não é impeditivo de se perceber o que se passa, de prever o que se vai passar ou mesmo de ficar expectante pelo próximo, tal como estou neste momento depois do grande final do episódio passado, “And Now His Watch Is Ended”.

Numa altura em que o tempo que tenho é quase mínimo, contar com “Game of Thrones” na carteira, todas as segundas-feiras, permite-me ter o escape necessário para enfrentar uma semana de trabalhos, de apresentações, de aulas chatas e de outros tantos problemas que tendem a tirar-me do sério e a testar a minha paciência. Tenho a certeza, nesta hora que passo com a série, que a minha imaginação voa para Westeros e estou ali, mesmo no centro da acção. E se há coisa mais bela em ser seriófilo, é este prazer que se obtém depois de ver qualquer coisa; uma espécie de sentimento inexplicável em que se sabe que a hora não foi desperdiçada, mais não seja para fugirmos deste nosso mundo real por uns momentos e repensar em toda a nossa estratégia. Da forma como as coisas estão, a vida exigir-nos-á cada vez mais de nós, exigirá cada vez mais do nosso tempo e, por isso, é importante um pequeno escape de vez em quando, até porque a nossa sanidade mental depende disso, não concorda?

MALTA– os Momentos Altos (e Lows) da TV deste Ano – por Miguel Bento

MALTA– os Momentos Altos (e Lows) da TV deste Ano - por Pedro Rodrigues

Quando olhamos para o ano em revista a nossa tendência é ir rapidamente buscar aquelas séries que são muito mediáticas, aquelas que todos adoram e alguns flops épicos. Como sou dos últimos a chegar a esta revista do ano vou tentar sair um bocado da linha e recordar algumas das séries ou momentos que não sendo tão mediáticos deixam alguma marca. Para mim este foi mais um ano de séries inglesas que americanas, sobretudo o aumento de qualidade das primeiras e o marasmo cada vez mais evidente das segundas. Venham comigo viajar pelo ano de 2012.

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MALTA – os Momentos Altos (e Lows) da TV deste Ano – por Jorge Pontes

Desde de nos empaturrarmos com os doces de Natal, o momento para a reflexão começa a tornar-se cada vez mais real. O ano de 2012 está a acabar e perguntamo-nos, “Que aconteceu este ano que vale a pena falar?”, e, nesse sentido, apresento-vos, no dia de hoje, as minhas escolhas para este ano. Estará o leitor pronto para mais uma aventura? Sigamos para a partida. Leve mantimentos e muita água, nunca se sabe que obstáculos surgirão à nossa frente.

  • MELHOR SÉRIE: Breaking Bad

isto é uma série

Poderia aqui colocar Sherlock ou Game of Thrones que são, claro, mercedores deste “prémio”. Mas não. “Breaking Bad” foi (e é) a série deste 2012 por uma razão muito simples: a sua história que se assemelha a um jogo de xadrez. As personagens estão, cuidadosamente, bem delineadas e os seus discursos são da maior qualidade. Todas elas se juntam para transformar uma história sem sal num dos melhores dramas da actualidade. E, melhor que isso, a primeira parte da quinta temporada não mostrou sinais de bonança… preparou-nos para a tempestade.

  • MELHOR EPISÓDIO: Game of Thrones 2×09 – Blackwater

Game of Thrones 2x09 - Blackwater

O segundo ano desta grande série mostrou-se bem mais madura e com vontade de nos mostrar um pouco mais deste mundo. Preparou-nos para algo épico. E o resultado? O melhor episódio de 2012. Conjugou acção, suspense, ansiedade, imprevisibilidade e, acima de tudo, uns belos efeitos especiais que só vieram mostrar que esta história não só tem potencial como é capaz de grandes feitos e de grandes momentos.

  • MELHOR REGRESSO: Parks and Recreation

Parks and Recreation, a comédia optimista

“Parks and Recreation” começou a meio gás. Cresceu e evoluiu para se tornar numa das melhores comédias da actualidade e a prova disso foi este início de quinta temporada. As personagens parece que se reinventam, o “novo” casal tem uma dinâmica espectacular e depois temos Ron. É preciso dizer mais?

  • MAIORES EXPECTATIVAS: Fringe/Haven

Fringe

Perguntará o caro leitor o porquê de “Fringe” figurar nesta categoria. Por um lado, estamos na temporada final e, por outro, devo pôr um pouco de parte alguns dos episódios desta temporada que apenas servem para nos preparar para o grande final. Estou em pulgas para ver as últimas 3h desta grande série que me maravilhou durante 4 longos mas emocionates anos.

Já “Haven”, apesar de ter começado (muito) mal este seu terceiro ano, arranjou maneira de o espectador esquecer aqueles pequenos precalços para nos dar um ou outro grande episódio. A história adensa-se, o mistério está cada vez mais envolto num véu azul e as personagens, a pouco e pouco, revelam as suas verdadeiras intenções e o seu verdadeiro passado. Estando neste estado, acha que não estou expectante para o final desta terceira temporada?

  • SÉRIE MAIS MÉH: 2 Broke Girls

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A primeira temporada desta série cativou-me de uma maneira que nunca pensei. Avancei para a segunda sem grandes expectativas e dou por mim, ao nono episódio, com vontade de desistir dela. Não estou farto mas também não é o “boom” que sempre quis ser. Estou cansado destas séries que se fazem fáceis para ganharem público. E se ela sobreviver à machadada de inverno que vou dar na minha lista, por favor, levem-me a uma jornada de limpeza da mente porque não estou bem, de certeza.

  • SURPRESA DO ANO: Go On

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Nesta lista não poderia faltar esta minha série de estimação. Começámos a Fall Season um pouco sem saber para onde íamos mas, quatro episódios depois, a série soube pegar no seu potencial e entrar não só na lista das melhores comédias estreantes como alguns dos seus episódios figurarem na lista dos favoritos do ano. Palavras para quê?

  • DESILUSÃO DO ANO: How I Met Your Mother/The Big Bang Theory

How I Met Your Mother

A desilusão para com estas duas séries cai cada vez mais. Tínhamos boas histórias, personagens interessantes e bons momentos, semana após semana. E agora o que temos? Duas séries cansadas, a andar sempre à volta de uma rotunda e nunca saem da sua zona de conforto com medo que o seu potencial (aquele que ainda existe) se possa perder. Sem chama e com muito fumo, vão sobrevivendo na CBS porque dão dinheiro porque a qualidade é um avião que já voou há alguns anos atrás.

Depois desta grande viagem, que me resta dizer? Que 2013 me traga novos grandes episódios e que as séries alimem as arestas e os vértices tão bicudos que teimam em picar o espectador com os seus piores momentos ou maus episódios. E, para o caro leitor, envio do Algarve os meus votos de boas entradas. Até lá.