A sério … o que ver e não ver na fall season

peaky

Bem vindos de volta nesta fall season onde tudo parece bonito mas na realidade não é. Esta vai ser a minha nova rubrica aqui no blog com um nome originalíssimo de ‘A Sério…’ seguirá o esquema habitual de dizer mal de tudo portanto podemos passar ao que interessa. Este ano tal como os últimos não prometia realmente nada de extraordinário e com a crescente força que tem ganho o cabo os investimentos nas redes principais de televisão americana tendem a procurar pequenos confortos, reciclar ideias, agarrar grandes caras e tudo o mais que lhe possa garantir a tão almejada fatia dos 18-49 para fazer entrar o dinheiro. Há algumas séries que vale a pena espreitar outras nem tanto, o cabo como sempre tende a ser mais comedido nesta altura do ano optando por usar outros períodos para lançar grandes trunfos, mas mesmo assim é a habitual lufada de ar fresco.

A Fox foi o canal que menos séries lançou este ano pelo menos até ao momento e o destaque como é óbvio vai para Sleepy Hollow. A série começou bem, apresentou uma história fantástica e tirando alguma narrativa mais incoerente rapidamente se fixou como um dos sucesso da temporada vendo a sua renovação ao fim de três episódios. O facto de estar pensada para somente 13 episódios ajudou a consolidar o caminho e portanto não é definitivamente uma série a perder de vista, sobretudo para quem gosta do sobrenatural. Por outro lado Dads teve um dos piores pilotos que vi este ano, cheio de frases feitas, clichés familiares cheios de más vibrações, o uso abusivo de piadas racistas e ofensivas. Tudo o que de mau se pode esperar de uma comédia familiar. Brooklyn 9-9 foi uma pequena surpresa mas apesar de ter mantido um nível cómico aceitável ainda está a construir o seu caminho e acredito que vá melhorar.

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Inutilidades Audiovisuais: Gossip Girl

É com uma vontade moderada que vos escrevo. O frio instala-se cada vez mais nos nossos ossos e as ruas preparam-se para uma folia enternecedora, principalmente se esta não fosse comprada pela publicidade que nos vende um estilo de vida, como quem vende castanhas na rua, como se a época natalícia fosse isso.

Esta ponte serve para falar da inutilidade audiovisual desta semana: Gossip Girl Season 6. Se houve série televisiva nos últimos anos que sempre quis vender um lifestyle aos jovens foi Gossip Girl, produzida pela CW Network desde 2007.

A questão de Gossip Girl, no entanto, não é assim tão transcendentalmente má. Aliás, muito pelo contrário. A série sobre os jovens ricos de Upper East Side de Nove Iorque sempre se apropriou de questões comerciais para vender uma história, aliás, fê-lo tanto que no início a série disponibilizava no website a descrição, e respectiva marca, das peças de roupa usadas pelas personagens. Esta ligação de nicho, de vender estilos de vida a jovens deslumbrados, foi decididamente uma questão preocupante, isto porque se os jovens eram comprados desta forma tão volátil então a série podia vender qualquer ideia “não-comercial”, ideológica.

Curioso, isto foi só na primeira série. Gossip Girl, de temporada para temporada foi crescendo em identidade e em género narrativo. Foi perdendo superficialidade e ganhando drama, intenso e gosmento, com 10 plot twists a cada 20 frames de duração.

Foi por isso mesmo que decidi dar um espaço à série produzida pela CW, não só porque as personagens começavam a ganhar relevância mas porque aquela história mutava-se cada vez mais para uma crónica de costumes, tão rica como glamorosa.

Há cerca de um mês estreia a temporada 6 da série. Preocupante a todos os níveis, Gossip Girl parece não estar a conseguir reciclar-se. A história já parece demasiado mastigada, as relações curtas e previsíveis, o ambiente já não convence porque simplesmente não avança. E quando avança, entra em terrenos tão escorregadios como risíveis – relação do Rufus com a Ivy?!

A inutilidade audiovisual deste mês serve como aviso em open letter a todas as séries que já não se sabem recriar. O mais perigoso nestes campos é um produto terminar a sua cruzada em percurso descendente, ou porque os produtores esticaram demasiado a corda ou porque não conseguiram ver que esta já tinha rebentado muito antes. Seja como for, espero ansiosamente pelo desenvolver de Gossip Girl, se houver um qualquer sinal de frescura e vivacidade, serei o primeiro a dar um mea culpa pela inutilidade escrita neste texto.

Camões Lunático #2 – “Lixo” televisivo

Pfffff….já viram o cheiro que práqui vai? Peewww! E não, não é o Pepé Le Pew que por aqui anda a passear…até porque não vou começar este texto com muito amooouuur et love at de firrrssst siiight.

De vez em quando sabe bem dar uma volta pelas listas de séries que andam por esse mundo fora. Quem sabe se não vamos descobrir qualquer coisa de novo?

E foi o que eu fiz. Andei por aí a ver e encontrei uma, de nome Don’t Trust the Bitch in Apartment 23, e pensei “Bem, isto deve ser qualquer coisa cómica com uma gaja parva”. Decidi ver o primeiro episódio, sem ler qualquer tipo de comentários/críticas. Querem mesmo saber como foi? Bem, pelo título da crónica não é nada difícil…mas foi um erro.

Don't Trust the B---- in Apartment 23

O argumento é terrível. Não há nada de lógico naquela série. Eu dou-vos um resumo do que eu entendi: uma gaja (June Colburn, papel interpretado pela Dreama Walker) que foi da aldeota no meio do deserto nos EUA para Nova Iorque trabalhar para uma empresa super grande que abre falência no dia em que ela começa. Ela fica desempregada e à procura de casa. Encontra uma gaja (Chloe na série – Krysten Ritter na vida real) que mora no apartamento 23 (óbvio), que é uma cabra, porque faz sempre tudo para conseguir o dinheiro da renda adiantado das inquilinas que para lá entram e que faz tudo para as irritar e serem elas a sair pelo próprio pé, sem o dinheiro. Esta June vai para lá e é a primeira que fica, mesmo depois da Chloe lhe moer o juízo. Falta só dizer que a Chloe é amiga do James Van Der Beek (que faz o papel de…James Van Der Beek).

E pronto. Foi isto que aconteceu, ou pelo menos foi isto que eu entendi nos 2 episódios que consegui ver antes de vomitar um arco-íris decorado com brilhantinas e sapatos de salto agulha.

Continuando: para além do argumento ser terrível, a própria realização dos episódios está péssima. Cenas cortadas em sítios sem nexo, músicas que acabam de repente sem uma ponta de preocupação e planos que, a meu ver, estão terríveis. Mas eu sou só um mero estudante de Comunicação Social que já teve de fazer uma curta-metragem e umas quantas reportagens em vídeo, que são avaliadas por um jornalista da SIC. Até posso nem perceber muito da cena.

Resumindo: não vale a pena. Não dá para rir, não dá para chorar nem tem cenas de sexo. Não dá para nada. É uma típica série de gajas (sem ofensa para os rapazes que gostam, que não me admiro que haja alguns), oca que nem um coco, com dramas para trás e para a frente.

Conhecem Gossip Girl, certo? (ou pelo menos já ouviram falar daquilo, já que já existe desde 2007) Os seus fãs dizem “ah, esta série é muito boa, tem muitas emoções e sentimentos e eu identifico-me com x ou y personagem”, mas todos sabemos que aquilo é uma novela.

A: “Eu não gosto de novelas, que horror!”
Eu: “Então e gostas de Gossip Girl?”
A: “É diferente…”

Pois claro que é diferente. É uma novela que vem dos grandes Estados Unidos da América, em que falam nada mais nada menos do que…inglês!, aquela língua fabulosa! Dramas? Nããããããããããããoooo. Cusquice? Nem pensar! Fútil? Nada disso. Quais são, então, as parecenças entre Gossip Girl e esta da C*bra do Apartamento 23? Aliás, as diferenças. Alguém mas sabe dizer?

Isto, considero eu, é lixo televisivo. São séries que os canais só aceitam porque sabem que aqueles telespetadores entre os 12 e os 24 anos, que são os mais emocionalmente instáveis, vão papar aquilo como se fosse oxigénio. Se o objetivo era fazerem uma série cómica…falharam redondamente,  acho que vou escrever uma carta aos senhores do The CW (canal onde passa esta série) a pedir os meus 40 minutos de vida de volta.

Upfronts 2012 – CW : 5 séries novas e muitas mudanças… [act.]

E por ultimo revela-se a grelha da CW. O canal e as suas baixas audiências sempre limitaram um pouco arriscar demasiado, normalmente salvam-se séries fracas e apostam pouco em novas. Este ano quase todos os dias da semana vão ter uma novidade e apresenta-se uma grelha mais sólida e que busca mais audiência. Cinco séries novas, três estreiam no inicio da época as outras duas surgem na mid season. Gossip Girl vai acabar (yeaah) e no seu lugar Carrie Diaries (#medo).  Mais tarde Cult. Vejamos a grelha simplificada:

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Diálise Dominical #10 – Revirar cadáveres até encontrar o mínimo sinal de vida, os $250.000 melhor gastos em Mad Men (não, não são mamas) e o render do peixe até à espinha

Uff! Chegaram vivos aqui? Ainda bem. Parece que o mundo ia acabar, e que as emissoras decidiram estoirar com o stock de renovações. Foi tudo levado para o próximo ano. Vamos lá resumir isto por emissoras: a ABC renovou tudo o que ainda dá mínimo lucro, nem que seja só porque sim, e escolheu mil e um projectos (e parece que pode escolher ainda mais), a CBS é aquela que ainda mantém o suspense até ao final, mas renova as apostas seguras, a CW decide que o visual e as mariquices de Gossip Girl tenham mais uma temporada, antes que seja atacada por vândalos vestidos de Prada, e como o bom humor nunca acaba, ainda renova Nikita (estou para ver o upfront da CW…vai ser divertido), a Fox é a única a matar pesos mortos (Alcatraz e Terra Nova), mas ainda deixa estar o Jack Bauer a gritar pelo filho e, por último, a NBC virou-se para as comédias, com 13 na carteira. 13 também foi o número deste ano: a maioria das séries não levou o selo de temporada completa, mas sim só meia. Vamos ver o que sai daqui…para resumir, aqui fica o link com tudo até agora.

De resto, mas ainda nesta matéria, ficamos a saber o que vem aí de novo. Os upfronts, como já referi, estão aí a porta, e terão acompanhamento aqui no Imagens Projectadas. Já amanhã com a Fox e a NBC a dizerem o que têm para o próximo ano.

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Diálise Dominical #9 – As tentativas de reanimação e mais alguns sobreviventes…

Começa a aquecer o tempo e as novidades também… entre grandes incertezas, algumas certezas parecem ser antecipadas, por outro lado temos algumas curiosas tentativas de reanimação de séries que ninguém se lembra. Entretanto os pilotos estão em avaliação… o que pode vir aí, o que está a morrer? São as novidades frescas colhidas durante esta semana.

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