Séries para o Verão, por Inês Brito

Férias é sinónimo de descanso, tempo livre e, acima de tudo, redução dos esforços ao máximo, e eu gosto de levar isso bastante a sério, até mesmo no que respeita a séries. Fazer o mínimo possível no que toca a este assunto é possível, no entanto, está subordinado a meios muito concretos: uma televisão, canais com séries e um sofá onde uma pessoa possa estar comodamente deitada. E passo a explicar…

Eu detesto ver televisão. É um facto. Não tenho paciência. Posso até estar a olhar para o ecrã enquanto faço qualquer coisa no computador, mas se me perguntarem o que é que se passou, muito provavelmente, não vou saber responder. Ah, e como se não bastasse, sou daquele tipo de criaturas que obriga alguém a ver séries comigo para não me sentir sozinha e ter que comentar. Também sou do tipo que “spoila” se já tiver visto o episódio e, no caso de não me deixarem contar, fico tipo cãozinho excitado, a torturar, até que me deixem contar. Em suma, sou horrível. Chegada esta altura do ano em que as séries que eu sigo, assim como eu, estão de férias, há que tentar potencializar aquilo que passa na televisão da melhor forma, de modo a conseguir ver séries na TV, com a companhia por mim exigida. Infelizmente quem sofre com isto é o meu irmão (mais novo, lógico, caso contrário dava-me uma lapada nas trombas e ia tratar da vidinha dele), que me acompanha naquilo que eu gosto de chamar “séries à preguiçosa”. Outro fator que também influencia todo este complexo esquema é a tipologia de séries a procurar. É tempo de férias, gente, queremos algo que estimule o mínimo possível a nossa capacidade de pensar, que não incentive a especulações mirabolantes acerca do que se passa no episódio seguinte ou ao longo do próprio episódio e, acima de tudo, algo que nos faça rir, já que para chorar temos o resto do ano todo. O único esforço exigido é ao início do processo, em que devemos selecionar cuidadosamente qual as séries em concreto a ver.

Ora, posto isto, quais as características preferenciais de uma “série à preguiçosa”? Ser de comédia, fácil de interpretar, que dê para rir mesmo que o episódio já tenha sido visto uma ou duas vezes, e, de preferência, que os episódios não tenham uma relação muito relevante entre si, para que se possa vê-los salteados sem perder grande coisa. E que séries se encaixam nesta tipologia? Isso é bastante simples: Happy Endings, The Middle, Modern Family, The Big Bang Theory, Men at Work, e outras quantas que correspondam às características e que passem na Fox, Fox Life, AXN e demais canais do género. Podem sempre optar por ver uns episódios de Chuck, mas só se estiverem dispostos a aumentar a atividade cerebral qualquer coisa, mas eu, confesso, nem sempre tenho capacidades para tanto. Levo isto das férias mesmo muito a sério.

No caso concreto de pessoas que não têm os meios referidos para levar este projeto avante, também tenho uma sugestão para vocês. Se quiserem tentar experimentar alguma série para começar a ver seguida quando ela retornar, seguindo a mesma lógica do mínimo possível, não optem por séries que têm 176863428763 temporadas. Perde-se muito tempo, torna-vos irritados porque enquanto estão a meio de um episódio já querem ver o que se passa no seguinte, deixa-vos noites sem dormir, estimula em demasia a vossa capacidade de concentração e não é isso que se quer em tempo de férias. Gente, descansem, não se passem com coisas destas, não vale a pena. Peguem num New Girl, num 2 Broke Girls, ou ainda melhor, num Bunheads, que só tem uma singela temporada e retrata a vida dumas miúdas que dançam umas cenas com umas piadolas lá no meio. Para aqueles que gostam de aproveitar as férias para engolir tudo o que é séries, rever Friends e outras coisas assim que demoram 50 anos a ver, não tenho respeito por vocês. E as férias também não. Ide trabalhar, seus…seus…seus desprezadores do mínimo e do nada.

Eu sei que esta proposta não é muito ambiciosa, mas o que é que vocês querem? Estou de férias e gosto de as respeitar. Não digo que isto funcione com toda a gente, mas comigo e com o meu irmão até tem dado. E é da maneira que consigo pôr os olhinhos por mais de dois minutos na televisão (que eu começo a achar que não me acha muita piada a mim também…).

Upfronts 2013: CBS Poucas alterações mas muitas séries novas [act.]

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A CBS é regularmente o canal com menos cancelamentos e onde a cada ano introduzem um número limitado de séries, este ano a estratégia mudou ligeiramente, não houve muitos cancelamentos mais do que habitual mas o canal resolveu apostar um pouco mais em séries novas, 5 comédias novas e 3 novos dramas. Com alguns ajustes ligeiros a grelha segue o habitual processo da CBS, comédias fortes e procedurals bem ao estilo do canal. A grande surpresa é o não avanço do segundo spin of de NCIS, o que talvez tenha a ver com a necessidade de diversificar um pouco mais a grelha.

Traillers actualizados.

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Series-Gazing XVIII

O mundo das séries sempre me intrigou. Porventura o leitor já terá pensado, como é que as mentes por detrás das séries conseguem fazer (muitas vezes) as melhores séries a partir de uma história que, à partida, nem dava para uma mão cheia de episódios. Porventura, já terá pensado em histórias que, sabe-se lá Deus, conseguiram chegar a série e permanecem por 3, 4, 5 anos (e até mais) e as pessoas parecem gostar sempre da mesma fórmula, da mesma pasmaceira e das mesmas personagens que se reciclam, continuamente.

De facto, quando um adicto (assumido) em séries carece de tempo para ver os seus produtos favoritos, esse mesmo doente (leia-se pessoa) começa a perceber, a pouco e pouco, muito do lixo que parece gostar de acompanhar mas que, lá no fundo, vê porque já acompanha a série desde o início ou porque as personagens principais estão perfeitos eye-candy ou até porque a histórias, às vezes, consegue ser boa e compensa os casos razoáveis que são contados ali pelo meio.

Chegado que estava às férias de Natal, deparo-me com uma lista enorme de séries para ver fora aquelas que estão bem guardadinhas para depois. Penso, claro, que tenho de as ver todas. E depois rio-me com tamanha parvoíce e talvez penso que devo fazer stand-up comedy. Depois deste momento de pura gargalhada, penso seriamente sobre o assunto e surge-me a ideia mais maravilhosa do mundo: desistir de ver umas ditas. Não é que me encha o coração de desistir de acompanhar histórias, mas tem sido assim desde que comecei nesta senda de analisar episódios, de perceber as intenções das personagens ou mesmo até deparar-me com os mais bonitos cenários onde decorrem estas histórias.

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Lembro-me de ter dito ao caro leitor que “How I Met Your Mother” e “The Big Bang Theory” tinham sido duas séries que havia deixado para o Verão. Sabe onde é que elas estão agora? Na reciclagem. O mesmo se passa com “Rizzoli & Isles” que, desde que terminaram o arco com aquele grande assassino, a série perdeu força e graça. Ainda vi, no Verão, a primeira leva de episódios da terceira temporada mas agora… vamos esquecê-la. Apesar de ter a Sasha Alexander, não chega. E “2 Broke Girls”? Dizia eu o ano passado que a comédia era muito boa. Adorava, essencialmente, as piadas porcas. Este ano, tenham ou não loja, fartei-me da série. Pronto, eu sei que tem a Kat Dennings e a Beth Behrs mas estou farto da premissa.

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Perco tempo a ver estas quando tenho guardadas para mais tarde “Justified” e “Homeland”. Não achando eu que isto é comportamento de pessoa normal e minimamente sã, o meu 2013 começou bem mais limpo e com objectivos distintos em relação às séries: parar de me perder com mediocridades e focar-me naquilo que interessa. Eu sempre tive na ideia que quem visse maior número de séries era o maior… Mal sabia eu que estava a ser ingénuo. Sinceramente, não é mais ou menos adicto quem vê um grande número de séries. É adicto quem acompanha poucas mas fica envolvido pelas suas histórias e personagens e pequenos detalhes… É adicto quem sabe o nome dos actores e actrizes e (quase) toda a sua carreira.

Certamente que muitas mais séries serão lavadas do meu consciente durante este ano de 2013. Azar o delas, lá diz a sabedoria popular. Mas de uma coisa tenho a certeza: a televisão e a criatividade parecem estar a estagnar, sempre presas aos mesmos conceitos, aos mesmos estereótipos, às mesmas piadas e sem nunca sair da zona de conforto. Talvez seja por isso que a minha mente esteja a fazer uma selecção rigorosa dos programas que deliro ver e talvez seja por isso que esteja a enveredar pelo mundo do cinema (que a mim sempre me foi muito desconhecido). Não digo que a televisão esteja obsoleta mas, com o paradigma actual, a dita para lá caminha. Teremos uma midseason sem graça, tal como foi a fall season deste ano? A época só ontem começou e é esperar para ver o que ela nos reservou.

Um óptimo 2013 para o caro leitor, recheado de bons programas e de histórias envolventes.

MALTA– os Momentos Altos (e Lows) da TV deste Ano – por Sara Deodato

Eu sou um bocado suspeita para estar a falar de séries assim como uma especialista, dizendo o melhor e pior do ano, visto que que só este ano é que realmente me agarrei às séries. Sim, sempre fui menina de ver filmes e nunca sentia a vontade de me comprometer em ver todos os episódios de uma série. Dava muito trabalho.

Depois lá decidi que era tempo de me agarrar a estas coisas e comecei a ver séries que, ou já estavam na minha lista há meses (ou anos) ou que me foram aconselhando ao longo do ano. Por isso é que, provavelmente, vão achar estranhas algumas das minhas escolhas, mas hey, foi o que andei a visionar este ano, tá? Além disso, eu sou uma pessoa complicada de escolher apenas uma coisa de que goste, logo vai haver mixordias para aqui. Continuar a ler

Programas Mortos – Ding! Ding! Ding! We have a winner!

A temporada mal começou e já temos o primeiro programa morto! Sim, é com uma exclamação e dizendo “I love the smell of napalm in the morning” que começa, a sério, a temporada 2012-2013. Mob Doctor é o primeiro programa oficialmente morto da temporada, ao arrancar com audiências piores que uma repetição de 2 Broke Girls.

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Fall Season 2012: O que esperar? (António Guerra)

Ora boa noite, ou bom dia, correspondendo a ainda estarem de férias ou não. Desde já explico que o blogue entrou de férias não programadas neste mês de Agosto, mas volta este Setembro com toda a carne no assador. Mais colaboradores, mais crónicas, e um pouco de surpresas. Tudo a ser revelado nas próximas semanas. Por agora, temos o regresso da Fall Season, e como tal o Imagens Projectadas traz as expectativas de 5 colaboradores sobre a mesma. Cada um com o seu jeito, com as suas opiniões, com as suas séries. Começa este marmanjo que é giro de morrer.

Para tal, vamos colocar uma legenda engraçada para acompanhar as séries:

Verde – Altas
Azul – Médias
Amarelas – Baixas
Vermelho – Expectativas do tamanho de uma formiga pequena

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Upfronts 2012 – CBS: Em equipa que se ganha, pouco se muda [act.]

Despachadas as grelhas de programação dos concorrentes mais directos, a CBS lançou nesta quarta-feira a sua, com poucas alterações, como era de esperar. A emissora tem séries vencedoras, aproveita o efeito dos lead-in’s para estabelecer mais séries ganhadores e, enquanto os americanos adorarem procedurals, a CBS continuará a ter uma grelha semelhante. Para perceberem como a grelha é simples, foi a mais fácil de fazer e ainda tive tempo para colocar as séries que mudavam de horário (em laranja).

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Series-Gazing XI

A dois dias do regresso de Fringe, não posso esconder o meu encantamento sobre a série. Por mais paradoxos que tenha arranjado, por mais meloso que seja o amor entre Olivia e Peter, por mais incongruentes que, por vezes, algumas explicações e episódios dedicados a personagens (por exemplo, o de Astrid), Fringe sempre arranjou uma maneira de me fazer feliz, de me deixar contente com aquilo que mostra todos os sábados de manhã, quando me coloco bem quentinho na cama, a ver os novos 45 minutos e passear por entre a ficção científica e todas as infinitas hipóteses de casos estranhos, de explicações científicas, de momentos bizarros.

Numa outra vertente, aparecem-me duas comédias muito diferentes entre si mas igualmente interessantes: 2 Broke Girls e Parks and Recreation.

Note to myself: Não esquecer de pedir ao António Guerra de me trucidar por ainda não ter pegado em Community nem em Justified.

A primeira, acabada de nascer na CBS, é, sem dúvida, um guilty pleasure. O leitor que está atento às minhas palavras poderá concordar comigo quando refiro que 2 Broke Girls promete ser uma versão feminina de Two and a Half Men… só que na comédia das meninas bonitas não temos um puto que, depois de 9 temporadas, já não tem um papel decente e muito menos cómico. E muito embora as histórias que nos são apresentadas em cada episódio sejam recheadas de clichés e de pequenas coisas que nos fazem dizer “Onde raio é que já vi isto?!” eu acabo sempre por voltar a espreitar o novo episódio. E não sendo eu sadomasoquista nem nada do que se pareça, 2 Broke Girls coloca-se numa posição invejada por muitos: colocar, no mesmo espaço, duas raparigas giras que, uma ou outra vez, dizem umas piadas taradas que ajudam a cativar a audiência e, lá pelo meio, tenho um lead-in interessante (aka HIMYM) que as ajuda a crescer e a vingar no horário de segunda.

E se de um lado temos 2 Broke Girls, no extremo oposto temos Parks and Recreation que, fazendo jus ao seu nome, se coloca na frente de todas as comédias e destaca-se como sendo a melhor. A melhor, em todos os sentidos. Personagens com um je ne sais quoi que mantém o espectador interessado desde o primeiro minuto, histórias que o espectador nunca pensaria e que, tendo melhor ou o pior resolução, acabam sempre por satisfazer e, por último, uma Amy Poehler que juntamente com o argumento e a evolução da história concedem a dignificação que acima referi. Simplesmente vejam a série. Não se arrependem.

E, por último mas não menos importante, surge The River que, com uma temporada muito pequena de 8 episódios terminou a sua aventura ontem à noite na ABC. Certamente será cancelada mas não poderei dizer que não foi um produto interessante de se acompanhar. Nunca fui muito fã de terror mas sou acusado de pisar o risco e acabo por me lixar… No entanto, no fim, a sensação é sempre boa e por mais saltos ou gritos que dê, geralmente, fico pouco desiludido com o terror (talvez por ter baixas expectativas). The River podia ter sido mais competente mas, no fim, o saldo é positivo: uma história razoavelmente interessante que nos leva até ao fim do episódio e saber o que realmente se passa ali, personagens que podiam ser melhor construídas mas as que interessam realmente seguram a série e um arco que, por mais cliché que possa parecer, é praticamente impossível não querer saber como tudo acabará.

Das séries que vos falei na edição de hoje, só uma está garantida na próxima Fall Season: 2 Broke Girls. O meu desejo continua a ser o mesmo: renovação de Fringe para uma temporada final de 13 episódios, renovação de Parks para uma temporada de 16 episódios e, embora me custe por causa do cliffhanger, o cancelamento de The River. Estamos muito perto de saber os veredictos. Quem sairá renovado? E cancelado? É só esperar mais uns dias, sentado, e depois aí falaremos melhor. Até lá, especulemos.

Vamos falar em números…#3

Contrariamente ao previsto, este mês faço uma pausa na lista de séries abandonadas e faço a lista das melhores séries do ano para mim. Claro que as opções dependem sempre do gosto pessoal e principalmente das séries que tenho o privilégio de seguir, portanto certamente muitos teriam outro top.

1-      Friday Night Lights – Sim tinha de ser, FNL despediu-se de nós este ano e merece sem dúvida todo o reconhecimento. Foram 5 temporadas magníficas, com episódios brilhantes e dramáticos. Certamente até ao momento a série que mais prazer tive em assistir a cada episódio.

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Os melhores do ano – Filipa Silva

Com algum atraso mas ainda antes da entrada do novo ano, aqui ficam o top dos melhores para mim. E como não devo publicar mais nenhum artigo aqui no imagens antes do final do ano, desejo a todos os leitores um óptimo 2012, que seja recheado de boas estreias, manutenção da qualidade das actuais e grandes despedidas para mais tarde recordar. E já agora um óptimo ano aqui para o Imagens que consiga marcar posição num mundo tão vasto como a internet. Cuidado com o álcool pessoal…beber sempre com moderação. Continuar a ler