Boudoir XXX #04 – The truth is out there

Acabei de ler As Intermitências da Morte. Não, não me encontro confusa em relação ao teor desta crónica. Sei que este espaço está consagrado a outro género, esse das séries. Mas esta minha primeira afirmação servirá de mote para toda a construção que se seguirá, não fosse o caso de séries e literatura por vezes andarem de mãos dadas, qual casal mais ou menos apaixonado.

A morte é um tema, um pensamento, uma realidade que convive a par e passo, não digo tal sombra pois essa desaparece quando a luz também cessa, com os homens. E tal como existem diversos tipos de morte, também existem diversos tipos de reacção à mesma.

Imbuídos na curiosidade que a investigação criminal suscita e de todo o aparato, mais ou menos mediático, o género tornou-se popular na caixinha mágica. E se atingiu o zénite com o CSI, este veio abrir portas e democratizar o género. Actualmente existe uma miríade de séries sobre esse tema, algumas mais bem-sucedidas que outras.

É então que, daquele pequeno país das sereias, lá do norte do Velho Continente surge Forbrydelsen.

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Boudoir XXX #03 – Posso ficar por cima?

E mais um ano nos chega e com ele, as “promessas” de mais sacrifícios e tempos difíceis. E muita gente na mó de baixo. Pois então que me lembro de Sai de Baixo.

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Sai de Baixo tem tudo a ver com crise e dificuldades financeiras. E é um retrato social, ainda que exagerado, de alguma classe económica que vive de esquemas e falcatruas, para sobressair das classes inferiores, “os pobres”, a todo o custo. Continuar a ler

Boudoir XXX #02 – Casa que não é ralhada, não é bem governada

Casa. A casa desempenha um papel importante para a maioria das pessoas. É o abrigo, o local onde se estabelecem raízes, um porto seguro. O ventre materno, a origem, etc.

No entanto muitas pessoas, por diversas razões, não tem uma residência fixa e estabelecem-se em vários locais, os mesmos que se vão tornar as suas casas. Daí aquela frase do “Home is where your heart is”.

Desse modo, e na lista de “casas pouco convencionais”, surgem-nos as pensões, os hotéis. E a vida num hotel pode originar peripécias engraçadas. Que o diga Fawlty Towers.

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Boudoir XXX #01 – You may kiss me now

‘Allo ‘Allo! Dis is Nighthawk.Hum, não não é. E não estamos em França embora goste de pensar em mim como sendo da Resistência.

E assim começa a minha crónica. E nada melhor do que começar com uma saudação que é sinónimo de risadas e peripécias sem fim.

‘Allo ‘Allo é mais um belo produto da BBC, que surgiu no início dos anos 80, muito antes da BBC ser Absolutely Fabulous ou antes de tudo se passar num The Office (o original, aquele incisivo, com o Ricky, não a versão rabiló). Trata-se de uma sitcom, daquelas mesmo trve, sem precisar do risinho samplado em cima para nos fazer pensar “ah, se calhar era suposto rir!” (e antes que me venham para aqui gritar FRIENDS, eles tinham mesmo uma audiência que ia ver as gravações).

Então, estamos no início dos anos 80, nos EUA surgia aquele carro XPTO que interagia com o condutor, um mafarrico que anos mais tarde estaria numa qualquer praia de Malibu com uns calções vermelhos e montes de raparigas a transbordar silicone, e, ironia do destino, anos depois, estaria no youtube a comer hambúrgueres no chão. Sim, um bocado etílico. Um bocado.

Nos EUA dominava o glitter and gold, a luta contra o mal em tons néon e bimbalhada ao molho (Miami Vice, anyone? O império da meia branca e das jóias de ouro), a esperança nos sonhos dos jovens “Fame! I’m gonna live forever!”, entre outros.

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