Séries para o Verão, por Coord38n27w

Que fazer quando há tão pouco para ver?

É verão e na televisão nada mexe. Tenho a sensação que é o verão com menos estreias de sempre, talvez pela quantidade de regressos e funerais anunciados, mas nem se pode dizer que nas estreias seja um ano mau, se Mistresses, King & Maxwell e Orange Is The New Black ou The Bridge (US) são um desapontamento, se me é permitido o eufemismo, temos algumas surpresas agradáveis.

Este Verão a novidade digna de atenção é Under The Dome. Que durante o verão arranca audiências que fazem inveja à maioria dos programas dentro da temporada. Pode-se dizer que é falta de concorrência, mas se isso fosse desculpa então Mistresses, Camp, Save Me ou Goodwin Games também deviam ter sido êxitos.

O que é ainda mais agradável acerca do sucesso de Under The Dome é ser o sucesso de uma série de ficção cientifica após os sucessivos falhanços de lançar séries do género durante a temporada nos últimos anos. A ironia é que em termos de produção nem é um conceito caro de implementar. Under The Dome conta a história de uma pequena cidade que fica isolada do exterior por uma campânula invisível que aparece de forma instantânea.

Porque é que Under The Dome resulta onde tantas falharam? Porque o problema principal que as personagens vão enfrentar é definido claramente nos primeiros minutos do episódio. As personagens são introduzidas através de acção que faz sentido para a história e não através de episódios enfiados à força na acção apenas para fazer a caracterização e pouco a pouco vão sendo introduzidos os arcos secundários com as personagens. Os arcos e mistérios secundários são interessantes suficiente para que se sustente a série sem esclarecer o que é a campânula e sem que por causa disso as pessoas se sintam lesadas.

É contar de histórias puro e duro, a história pela história sem perder tempo a apaziguar o ego do/a protagonista (Mistresses), sem gastar os primeiro episódio a atirar ao espectador todos os clichés esperados (Orange Is The New Black), sem permitir um mau casting estragar toda uma série (The Bridge/Kruger).

As coisas boas deste verão não se resumem a Under The Dome, menções muito honrosas são The White Queen, para quem gosta de séries históricas, Devious Maids para quem tem saudades da primeira (e única boa) temporada de Desperate Housewives, e The Fosters, que vista para além do artifício para criar polémica e elevar atenção das mães lésbicas é bastante agradável de seguir. Todas têm em comum não perderem tempo com truques e terem uma história para contar.

Se a versão americana de The Bridge é um desapontamento, nada melhor que relembrar, nas séries antigas a recuperar para este verão, a versão original. A co-producção sueco-dinamarquesa Bron/Broen. Tem tudo o que se pode desejar de um thriler. Um cadáver no meio de uma ponte em cima da linha de fronteira dos dois países obriga os dois policias mais diferentes que se possa imaginar a trabalhar em conjunto.

A primeira coisa que distingue a série original da infeliz cópia americana é o talento da protagonista, Sonia Helin. O seu retrato da polícia na margem do autismo é uma obra prima de contenção e subtileza. Na primeira cena sentimos que Saga, a personagem de Helin, não é igual às outras pessoas mas não podemos dizer exactamente o que é. A reacção de quem vê é exactamente a de uma pessoa na vida real confrontada com uma pessoa na margem do autismo, à ali qualquer coisa, mas não sabemos o que é.

O afastamento emocional de Saga é contrastado com o calor humano e a facilidade de relacionamento com todos ao primeiro encontro de Martin, o colega do outro lado da fronteira. Aquilo que é ordem e pragmatismo acima das convenções sociais em induzido pelo autismo em Saga é tocado em contra-ponto ao calor e vida pessoal tornada caótica pelo excesso de afectos e emoção de Martin. Enquanto estas duas personalidades contrastantes tentam encaixar-se para trabalhar em conjunto um mistério que se vai tornando capa vez mais obscuro e complexo vai se desenrolando em torno do cadáver encontrado em cima da ponte.

Juntamente com os protagonistas vamos sendo levados pelas provas que vão sendo apresentadas a acreditar vezes sem conta que estamos próximos da solução para apenas descobrirmos que temos apenas mais uma peça de um pule de que não sabemos o tamanho. Enquanto perseguem o assassino Saga e Martin vão se mudando um ao outro. Saga, tentando imitar Martin, faz algumas tentativas de ser mais sociável e Martin imitando Saga, tenta ser mais frontal a enfrentar as pessoas à sua volta e a começar consigo próprio.

A versão Americana nação percebe que a beleza desta série está na subtileza com que tudo é tratado. A prova mais evidente é na troca do modelo do carro da protagonista. Na série nórdica, o carro é um Porsche 911 da década de 80. Um objecto incongruente para a pragmática Sagan que segue as regras à letra em todos os aspectos da sua vida, carro esse que é um momento da irmã morta. O mesmo efeito não é conseguido quando se substitui um objecto de fantasia que é um Porsche por um SUV velho. Quando na adaptação não se percebe a simbologia do Porsche na vida da protagonista, não se percebe a subtileza do original. E temos um enorme falhanço a que a falta de talento de Kruger nada ajudou, mas não deixem que o horrível piloto da versão americana vos afaste de uma das melhores séries de 2012. Convém aproveitar o verão para se porem a par dos personagens, porque o Outono está quase aí com a segunda temporada.

Se no mês de Agosto o tempo virar e chover todos os dias a recomendação passa a ser Star Trek, um total de 726 episódios em todas as suas encarnações. Será preciso dizer mais?

Séries para o Verão, por Pedro Rodrigues

Quando me perguntam “Pedro, que séries é que andas a ver agora?” esqueço-me sempre de alguma. Não é por serem muitas, até porque não tenho tempo para isso, mas simplesmente porque tento escolher as melhores. Mas escolher uma delas não é fácil. Ainda para mais para alguém como os leitores deste blogue, maioritariamente pessoal que agora está nas férias escolares. Se é para começarem a ver uma série de início, acho que só me lembro de uma hipótese.

Já falei antes de Suits, mas nunca é demais relembrar o potencial desta série. Mais do que da série, realçar o potencial do jovem Patrick J. Adams.

Começo pelo actor: um miúdo de 31 anos que nunca teve grandes papéis na curta vida de actor: um papelinho em Lost, outro em Flashforward e uma apariçãozita em Lie to Me, entre outras, claro. Mas Suits está a abrir-lhe os horizontes.

O Patrick começou como a personagem principal da série, uma história assim meio inventada às três pancadas, onde um tipo a fugir da polícia com uma mochila cheia de droga às costas acaba dentro de um escritório de advogados numa entrevista de emprego, para a qual é aceite. Não era um papel muito exigente, mas começou a sê-lo a partir do momento em que nós, os seguidores da série, começámos a perceber que ele era o ponto central da série.

Depois de duas temporadas, Suits regressou este verão para uma terceira temporada bastante diferente. O miúdo que Suits deu à luz em 2011 está a tornar-se num homem, mais maduro, e com cada vez mais capacidades para aquilo que faz: representar.

Neste momento, a série já não é tanto sobre o Patrick (ou melhor, o Mike Ross), mas mais sobre a relação dele com o tipo que o meteu lá dentro, mesmo sabendo que nem o curso chegou a tirar. Mas não é por isso que deixou de ser boa. Aliás, a série está a aquecer, ao contrário do que costuma acontecer com as séries a partir da segunda temporada.

Pode não ser a melhor série que anda por aí, mas é uma daquelas séries que me deixam agarrado ao sofá, sem choros, sem dramas e sem invenções. Vai fazer-vos pensar e mostrar que são inteligentes, porque nem todas as séries de advogados (como aquela tristeza de Law & Order – com todo o mérito que tem) são feitas para resolver crimezitos de segunda. Algumas conseguem ser interessantes.

Estão vocês a pensar “porquê substituir as minhas horas a torrar ao sol para estar à frente de um computador?”. Ninguém quer isso. Aliás, torrem, que assim é forma de absorverem parte dos raios solares que eu não posso apanhar.

Séries para o Verão, por Siglota Bolota

O Verão está aí e as férias também, e por isso é uma boa altura para se dedicar algum tempinho a ver séries, após as idas à praia.

As minhas escolhas para este Verão são Six Feet Under e Breaking Bad.

A razão que me leva a rever Breaking Bad é facto de a temporada final estar aí a bater à porta. Basicamente, estou a fazer a revisão da matéria dada. Ai, como vou sentir a falta de Walter e do Jesse!

Quanto a Six Feet Under, o que me levou a rever foram as saudades que senti da família Fisher. Não sei se será a série mais adequada para ver no Verão, devido à sua temática até me lembra um pouco o Inverno. Mas se nunca a viram, esta poderá ser uma das vossas escolhas.

São cinco temporadas muito emocionais e com um final inesquecível. É a minha série preferida, definitivamente. Como chorei com o final. E sabe tão bem voltar a conviver com família Fisher.

A última temporada ser vista com uma caixinha de Kleenex ao lado, principalmente o último episódio.

E pronto, estas são as minhas sugestões para o Verão.

Séries para o Verão, por Babs

Num destes fins-de-semana de Verão sugeri a uma amiga que visse Orphan Black (e com “sugeri” leia-se, cerca de 15 minutos a tentar explicar porque é a melhor coisa que vi nos últimos tempos). Três dias depois, uma mensagem no Facebook a dizer que já tinha visto tudo e adorado. Success!

Esta série da BBC America consegue, acredito, cativar pessoas com vários gostos. Orphan Black tem crime, ciência, muita ciência, incluindo um homem com cauda, uma psicopata que come gelatina, subúrbios opressivos, um flamboyant gay num loft alternativo.

Orphan Black começa pouco ambiciosa. Conhecemos a punk Sarah Manning, eyeliner esborratado que se cruza com uma mulher aparentemente muito parecida na estação de comboios. Segundos depois, a mulher atira-se para a linha do comboio e uma decisão moralmente duvidosa leva Sarah a pegar na mala da desconhecida e a apoderar-se da sua identidade para dar uma reviravolta à sua vida.

Beth, ficamos a saber, tinha à primeira vista a vida perfeita. Um bom apartamento, um relacionamento normal, um trabalho na polícia. Esta poderia ser uma série de crime, um fish out of water com Sarah a ocupar o lugar mais clean de Beth. Seria o suficiente para me manter interessada.

Mas Orphan Black é mais do que isso, percebemos pouco depois. Beth não é apenas excepcionalmente parecida à nossa protagonista Sarah. Nem uma gémea perdida. Nem a única. E é aí que começa verdadeiramente a série.

Quatro clones principais que não poderiam ser mais diferentes (a protagonista punk, a dona de casa, a cientista entusiasmada, a psicopata com jeitos infantis), todas com os seus maneirismos, e não me canso de dizer, todas interpretadas convincentemente por Tatiana Maslany.

O mundo de Orphan Black é irreverente, assustador na medida certa e os dez episódios conseguem ser inteligentes ser se tornarem pesados. Sim, 10 episódios! Óptimos para uma maratona de Verão e para rever durante o resto do ano já que a 2a temporada ainda demora a chegar.

Séries para o Verão, por João Bizarro

Verão é sinónimo de férias e com elas ficamos com mais tempo (será?) para ver as tão desejadas séries.

Neste Verão não devo ver nenhuma das séries antigas, a não ser que alguém me convença a fazê-lo. Pelo que, serão séries que estão neste momento a decorrer e outras que estreiem entretanto, que me irão ocupar o tempo destinado para este efeito.

De momento estou a acompanhar a ultima temporada de Dexter, à espera de ver o que acontece ao meu serial-killer favorito. Uma série com um bom fio condutor mas que não soube ser consistente durante todas as temporadas que teve (e já vai em 8). Teve algumas excelentes temporadas e depois outras menos conseguidas, o que deve ter levado algumas alminhas a abandonar a série. Eu cá me mantenho fiel, à espera de um final digno das melhores temporadas.

the killingOutra das séries que tenho acompanhado é The Killing. É a melhor série do género crime/investigação/mistério dos últimos tempos. Até me atrevo a dizer que desde Twin Peaks não se via uma série assim. Curiosamente, dentro do meu círculo de amigos, virtuais ou reais, devo ser dos poucos que acompanha a série. Noto isso pela falta de feedback do outro lado. Fazem mal. Fazem mesmo muito mal.

Outra série deste género, que estreou há pouco tempo e a qual comecei a acompanhar, é The Bridge. Os primeiros 2 episódios prometeram. Espero que a qualidade se mantenha ou até que melhore, pois tem potencial para isso.

Outra série que estreou há pouco a sua 3ª temporada é Luther. É uma série britânica, da qual gostei bastante nas temporadas anteriores e que tem um grande actor no papel que lhe dá nome, Idris Elba. A ver.

bbDas que vêm aí vou de certeza ver os 8 episódios finais da melhor série do momento, Breaking Bad. O cerco começa a apertar-se em redor de Walter e depois de 4 temporadas e meia ao mais alto nível, vamos ver como Vince Gilligan dá um fim ao enredo.

Quase na mesma altura estreia a 3ª temporada de Hell on Wheels, outra série que não deve ter muitos espectadores em Portugal. Gostei muito das temporadas anteriores, e o tremendo final da 2ª temporada deixou-me com água na boca em relação a uma possível 3ª temporada. Na altura ainda não estava confirmado se a série voltaria mas assim que se soube, recebi a notícia com agrado pois não queria ver mais uma história terminar sem que os pontos estivessem em todos os is.

Não deve passar muito disto, o meu Verão, a nível de visionamento de séries. E o vosso, como vai ser?

Séries para o Verão, por Inês Brito

Férias é sinónimo de descanso, tempo livre e, acima de tudo, redução dos esforços ao máximo, e eu gosto de levar isso bastante a sério, até mesmo no que respeita a séries. Fazer o mínimo possível no que toca a este assunto é possível, no entanto, está subordinado a meios muito concretos: uma televisão, canais com séries e um sofá onde uma pessoa possa estar comodamente deitada. E passo a explicar…

Eu detesto ver televisão. É um facto. Não tenho paciência. Posso até estar a olhar para o ecrã enquanto faço qualquer coisa no computador, mas se me perguntarem o que é que se passou, muito provavelmente, não vou saber responder. Ah, e como se não bastasse, sou daquele tipo de criaturas que obriga alguém a ver séries comigo para não me sentir sozinha e ter que comentar. Também sou do tipo que “spoila” se já tiver visto o episódio e, no caso de não me deixarem contar, fico tipo cãozinho excitado, a torturar, até que me deixem contar. Em suma, sou horrível. Chegada esta altura do ano em que as séries que eu sigo, assim como eu, estão de férias, há que tentar potencializar aquilo que passa na televisão da melhor forma, de modo a conseguir ver séries na TV, com a companhia por mim exigida. Infelizmente quem sofre com isto é o meu irmão (mais novo, lógico, caso contrário dava-me uma lapada nas trombas e ia tratar da vidinha dele), que me acompanha naquilo que eu gosto de chamar “séries à preguiçosa”. Outro fator que também influencia todo este complexo esquema é a tipologia de séries a procurar. É tempo de férias, gente, queremos algo que estimule o mínimo possível a nossa capacidade de pensar, que não incentive a especulações mirabolantes acerca do que se passa no episódio seguinte ou ao longo do próprio episódio e, acima de tudo, algo que nos faça rir, já que para chorar temos o resto do ano todo. O único esforço exigido é ao início do processo, em que devemos selecionar cuidadosamente qual as séries em concreto a ver.

Ora, posto isto, quais as características preferenciais de uma “série à preguiçosa”? Ser de comédia, fácil de interpretar, que dê para rir mesmo que o episódio já tenha sido visto uma ou duas vezes, e, de preferência, que os episódios não tenham uma relação muito relevante entre si, para que se possa vê-los salteados sem perder grande coisa. E que séries se encaixam nesta tipologia? Isso é bastante simples: Happy Endings, The Middle, Modern Family, The Big Bang Theory, Men at Work, e outras quantas que correspondam às características e que passem na Fox, Fox Life, AXN e demais canais do género. Podem sempre optar por ver uns episódios de Chuck, mas só se estiverem dispostos a aumentar a atividade cerebral qualquer coisa, mas eu, confesso, nem sempre tenho capacidades para tanto. Levo isto das férias mesmo muito a sério.

No caso concreto de pessoas que não têm os meios referidos para levar este projeto avante, também tenho uma sugestão para vocês. Se quiserem tentar experimentar alguma série para começar a ver seguida quando ela retornar, seguindo a mesma lógica do mínimo possível, não optem por séries que têm 176863428763 temporadas. Perde-se muito tempo, torna-vos irritados porque enquanto estão a meio de um episódio já querem ver o que se passa no seguinte, deixa-vos noites sem dormir, estimula em demasia a vossa capacidade de concentração e não é isso que se quer em tempo de férias. Gente, descansem, não se passem com coisas destas, não vale a pena. Peguem num New Girl, num 2 Broke Girls, ou ainda melhor, num Bunheads, que só tem uma singela temporada e retrata a vida dumas miúdas que dançam umas cenas com umas piadolas lá no meio. Para aqueles que gostam de aproveitar as férias para engolir tudo o que é séries, rever Friends e outras coisas assim que demoram 50 anos a ver, não tenho respeito por vocês. E as férias também não. Ide trabalhar, seus…seus…seus desprezadores do mínimo e do nada.

Eu sei que esta proposta não é muito ambiciosa, mas o que é que vocês querem? Estou de férias e gosto de as respeitar. Não digo que isto funcione com toda a gente, mas comigo e com o meu irmão até tem dado. E é da maneira que consigo pôr os olhinhos por mais de dois minutos na televisão (que eu começo a achar que não me acha muita piada a mim também…).

Séries para o Verão

Com o iniciar de Agosto, e com o parar de grande parte das séries (sendo que vem aí Breaking Bad, o que nunca é de desprezar, para além de estar a ser transmitido Dexter ou Top Gear, para dar dois exemplos), aqui em casa decidimos alterar um pouco o rumo. Assim, durante o próximo mês, traremos recomendações para ver nestes tempos mais mortos, desde comédias a dramas.

A partir de amanhã cá estaremos então, entre a equipa e convidados, de forma a preencher-vos estes tempos mortos.