Um pouco mais de verão

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O verão é tendencialmente a época do ano que eu mais gosto em relação ás séries, ao contrário da fall season que é altamente cansativa para perceber o que é bom ou mau das quantidades industriais de séries que estreiam ou regressam. Nesta época ficamos mais à vontade há menos séries e é possível ir buscar o que ficou atrasado. Depois há a vantagem das temporadas serem mais curtas e a qualidade da maioria das séries não desilude.
Vou fazer uma breve ronda pelo que tenho visto nestes últimos tempos, não são necessariamente as séries que estrearam no verão mas sim as que eu tenho visto agora,  que serve também de sugestão para quem não sabe o que ver. Naturalmente a maioria das sugestões são do cabo como seria de esperar mas este ano os canais abertos até apostaram um pouco mais do que o habitual embora a qualidade comparativamente ao cabo seja de lamentar. A seguir ao salto.

Começo pelo sugestão de Arrested Development que este ano regressou após alguns anos do cancelamento na FOX. Agora como parte de uma estratégia vencedora do Netflix a série regressa num formato um pouco diferente onde cada episódio se foca numa das muitas personagens. Dado que seria uma  temporada fechada esta novidade na série resultou em cheio com uma história cheia de twists e ligações inesperadas contando em 15 episódios uma só história que na realidade foram muitas. O que me desiludiu foi a expectativa em relação ao final que nos deixou pendurados em relação a muita coisa. Mas a série parece que pode voltar é uma questão de conseguir novamente convencer todo o elenco e talvez assim encerrar as pontas soltas que deixaram.

Borgias encerrou este ano o seu ciclo, algo inesperadamente, mas apesar de se sentir que depois de 30 episódios aquele não devia ter sido o final da famigerada família. Por outro lado também pode ser aceite até porque a série apesar de mostrar toda a falta de escrúpulos do clã sempre os colocou como vitimas de um sistema que os corrompeu e de uma legião de inimigos. É pena não ter mais alguns episódios para fechar a saga mas é um final agridoce e portanto serve o propósito.

Broadchurch é uma série inglesa que no inicio deste ano chamou bastante a atenção embora não seja relativamente original o crime em vilas onde os habitantes se comportam de forma estranha. Mas a série aliada a uma excelente representação do ex Doctor Who, David Tennant, mostra-se um pouco mais profunda do que aparenta, sobretudo por pisar em temas mais delicados como a pedofilia . No entanto o receio de ir mais longe tornou o final muito óbvio. Já tem agendada segunda temporada.

Outra série inglesa que tenho acompanhado desde o início é Mad Dogs que este ano regressou para uma terceira temporada de quatro episódios. A grande virtude da série além do excelente quarteto que a protagoniza é a fotografia e esta temporada conseguiu ir mais longe. Se na primeira e segunda temporada tivemos as belas paisagens do sul e das ilhas espanholas este ano saltamos directamente para a África do Sul e é um deslumbramento o trabalho feito. Uma história muito mais coesa até porque há um salto temporal e um toque de road movie que funcionou muito bem. No próximo ano a série irá voltar para o bloco final.

Esta apesar de vir da BBC (America) tem o ar de série inglesa por todo o lado. Orphan Black foi uma das grandes surpresas que apanhei este verão apesar de já ter estreado em Março e fez algo que nenhuma série ousou que é colocar uma actriz a fazer… pelo menos 7 personagens. Sim é uma história sobre clones e que apesar da sua complicada tarefa saiu-se muito bem num argumento bem montado e sobretudo o excelente desempenho de Tatiana Maslany que tem certamente aqui um salto de carreira impressionante. Aconselho muito esta série até porque a trama é viciante.

The Killing regressou dos mortos depois de um cancelamento e apresenta-nos agora uma nova história que busca um caso do passado de Sarah Linden que foi referenciado anteriormente como algo que ela sempre teve dúvidas. Confesso que me sinto desiludido ao fim de cinco episódios vistos, até porque o caso é pouco interessante e ao contrário do anterior não funciona pela táctica do ‘eliminar suspeitos’ vai progredindo no meio de personagens que nem conseguimos identificar e torna a série mais aborrecida. Claro que tudo fará sentido no final mas fica a dúvida se valeu a pena o regresso.

E agora um breve apanhado das séries que tenho visto os pilotos e os inícios de temporada, onde ainda é complicado definir o seu potencial:

The Bridge parece ter tudo para ser uma excelente série, até porque é uma adaptação portanto já tem a estrutura montada. No entanto serial killers são sempre mais do mesmo, destaca-se a prestação de Diane Kruger. É algo a acompanhar.

Devious Maids a sucessora de Desperate Housewives agora versão empregadas até tem aquele tom irónico e cliché que tanto caracterizava a série da ABC mas peca por ser algo já visto e estar muito soap opera, certamente o target latino americano e as donas de casa típicas do canal Lifetime vão adorar mas para o cabo esperava-se um pouco mais.

Under the Dome aparece-nos como um surpreendente sucesso de verão da CBS. Confesso que já não tenho pachorra para as adaptações dos livros do Stephan King até porque todas vão parar ao mesmo (quem as viu sabe do que falo). O primeiro episódio é cheio de clichés e personagens muito estereotipadas não fiquei propriamente com vontade de continuar a ver. Leiam o livro.

Skins voltou finalmente para encerrar a sua saga. Mas quando nós esperávamos que a série nos fosse contar um pouco da vida futura de alguns personagens percebemos que apenas se limitaram a contar um episódio e a cair nos mesmos erros. Só vi ainda o bloco sobre a Effy e fiquei altamente desiludido com o argumento apesar de continuar a ter aquele toque visual e sonoro impressionante que tanto caracterizou a série. Não é o final que se queria mas continua a ser agradável de ver.

A ideia que fiquei de Graceland é que a critica não gostou mas o piloto até foi um episódio razoável e cria alguma vontade de continuar a série. Foca-se num grupo de policias das várias divisões americanas que vivem juntos e fazem trabalhos de infiltrados e que cada um esconde uma espécie de agenda própria. É a típica série de verão com imensa gente bonita, sol, praia, tiros e grandes twists.  Se não tiverem nada de muito interessante para ver aconselho, é leve e com alguns toques de humor.

A ultima sugestão que deixo é Falling Skies que afirmo não ser a melhor série de sci fi do mundo mas para o género até se vê muito bem. Na terceira temporada a trama adensa-se com a presença de novas espécies e inimigos dentro da base mas tendencialmente está a repetir ideias anteriores. A série está a cair no erro de Walking Dead que é não querer sair do mesmo sítio por falta de ideias, apesar de Falling Skies ter muito por onde explorar mas pelos vistos sem um final no horizonte os autores simplesmente enrolam com mais do mesmo.  Destaca-se sem dúvida a parte do Creepy Baby que tem imensa piada.

E para finalizar ficam três séries como sugestão apesar de eu ainda não as ter visto: Ray Donovan e Orange is the New Black e ainda o regresso de Suits. Não se podem queixar de que o verão não tem nada de jeito para ver ficaram aqui com uma bela lista. Até breve.

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